PERSEGUIÇÃO AO CRISTIANISMO Ratisbona, laicidade e laicismo *
A perseguição religiosa contra os cristãos no planeta registou um dado alarmante: em 2012, um cristão foi assassinado a cada cinco minutos por sua confissão de fé |
Não é difícil provar que o islamismo tenta acabar
com todas as religiões no Medio Oriente e noutros lados “destruindo todas as
igrejas da região”
Em Ratisbona, Bento XVI começou por dizer que tinha acabado de ler a parte editada
pelo professor Th. Khoury, de Münster, do diálogo que o douto imperador
bizantino Manuel II, o Paleólogo tivera em 1391 com um persa culto
sobre o cristianismo e o islão e a verdade de ambos. Em 1391 o imperador bizantino
Manuel II toca o tema da jihad, guerra santa.
Ele sabia que no capítulo 2, 256, talvez uma das suras do início, se
lê: "Não deve haver coacção na religião." Mas conhecia também as disposições
posteriores acerca da guerra santa.
E pergunta: "Mostra-me o que é que Maomé trouxe de novo e encontrarás apenas
coisas más e desumanas, como a sua directiva de difundir por meio da espada a
fé que pregava"."
O imperador explica em seguida as razões por
que a difusão da fé através da violência é um comportamento irracional. A
violência é contra a natureza de Deus e a natureza da alma. "A Deus não
agrada o sangue, diz o imperador. Não agir segundo a razão é contrário à
natureza de Deus".
É esta a ideia que Bento XVI queria
sublinhar: "A afirmação decisiva nesta argumentação contra a conversão
através da violência é: não agir segundo a razão é contrário à natureza de
Deus." Ainda nesse ano, Bento XVI visitou a Turquia. No regresso, declarou
que o mundo muçulmano se encontra hoje, "com grande urgência",
perante uma tarefa semelhante à dos cristãos a partir do Iluminismo e que o
Vaticano II levou a bom termo. "É necessário acolher as verdadeiras
conquistas do Iluminismo, os direitos humanos e especialmente a liberdade da fé
e do seu exercício, reconhecendo neles elementos essenciais também para a
autenticidade da religião."
Mas, por outro lado, o laicismo, quer retirar a religião do espaço público, cortando a relação
com a Transcendência. Não é aceitável "uma ditadura da razão positivista que exclui Deus da vida da comunidade e dos ordenamentos
públicos, privando assim o Homem de critérios específicos seus de medida".
* ABorges in DN 5 Outubro 2013 (Resumo)
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