EUROPA Cristãos numa Europa anti-cristã
Vivermos pessoalmente o amor a Deus nos consola e
tranquiliza, mas não nos dispensa de ir ao encontro dos outros. Temos de vencer
a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e
seguro: seria morrer a prazo, enquanto presença de Igreja no mundo, que aliás
só pode ser missionária, no movimento expansivo do Espírito. Desde as suas
origens, o povo cristão advertiu com clareza a importância de comunicar a Boa
Nova de Jesus a quantos ainda não a conheciam. Nestes últimos anos, alterou-se
o quadro antropológico, cultural, social e religioso da humanidade; hoje a Igreja
é chamada a enfrentar desafios novos e está pronta a dialogar com culturas e
religiões diversas, procurando construir juntamente com cada pessoa de boa
vontade a pacífica convivência dos povos. O campo da missão ad gentes
apresenta-se hoje notavelmente alargado e não definível apenas segundo
considerações geográficas; realmente aguardam por nós não apenas os povos
não-cristãos e as terras distantes, mas também os âmbitos sócio-culturais e
sobretudo os corações que são os verdadeiros destinatários da actividade
missionária do povo de Deus.
Em todos os lugares da terra e para todos os homens o testemunho da alegria e
duma vida feliz serão fontes de evangelização. Aprecio e presto a minha
homenagem àquelas Irmãs e Voluntários/as que prestam serviços na periferia das
cidades, por exemplo, de Lisboa e Porto, e que, com sua palavra, sua presença,
seu jeito de viver à maneira de Pobre Jesus de Nazaré ou do Poverello de Assis,
dão testemunho do amor que salva o mundo. Só este salva a humanidade, que anda
perdia por caminhos torcidos e retorcidos, e que já quase nada têm a ver com o
Evangelho. Estive na Turquia, no Cairo, na Tunísia. Vi a abundância de
mesquitas, mas vi os muçulmanos, rezando suas orações. É certo que conheço
quase todas as catedrais da Europa; são uma maravilha da arte e expressão do
homem que punha seus olhos no alto, voltado para o Céu, para Deus. E ainda vi e
vejo multidões nos Santuários de Fátima, de Lourdes, de Guadalupe, da
Aparecida, da Rua du Bac, de Pio de Pietrelcina, de Santo António de Pádua. São
expressão de cristianismo. Mas os Europeus, no geral e sobretudo nas classes
governantes, querem Deus para nada e sacodem o cristianismo como uma peste da
alma, se é que alma têm. Até lutam contra Deus dizendo que Ele não existe. Mas
é um absurdo lutar contra quem não existe. Esperem para ver como Nicodemos, os
efeitos.Muitos dos nossos governantes põem seu prazer em destruir Deus, a família, a dignidade da pessoa humana transformada em bicho (os outros que não eles, claro). Sem Deus é o abismo. Sem a família, homem e mulher, é a aberração e sodomia (porque é que se pôs de parte a palavra). Pois bem, é uma coisa feia e lembra a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, as cidades do mal, da perversão. E o mal maior é que roubam as crianças às famílias para lhes impingirem à vontade as suas ideias “modernas”. E a juventude vai morrendo lentamente na droga, na prostituição, no álcool, na fome de ter, dedicando-se ao roubo, ao assassinato. Louvo os jovens que permanecem fiéis à sua dignidade. Se nalgumas igrejas católicas da Europa, os idosos padres estão rodeados de meia dúzia de vestes pretas dos 50 ou 60 anos para cima, graças a Deus que há outras onde os jovens tocam e cantam como rouxinóis nas igrejas ou capelas e vivem sua vida alegre e feliz. “En avant”, queridos jovens, e sem medo, dos “passarões” que o tempo desfaz em poeira vadia. Julgam que ficam com o nome na história, mas nem sequer isso lhes vai acontecer. Destruidores da Humanidade nunca ficaram nem ficarão na história a não ser no seu papel de destruidores.
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