A fraternidade extingue a guerra
6.A fraternidade extingue a guerra
Há muitos conflitos que se
consumam na indiferença geral. A todos aqueles que vivem em terras onde as
armas impõem terror e destruição, asseguro a minha solidariedade pessoal e a de
toda a Igreja. Esta última tem por missão levar o amor de Cristo também às
vítimas indefesas das guerras esquecidas, através da oração pela paz, do
serviço aos feridos, aos famintos, aos refugiados, aos deslocados e a quantos
vivem no terror. De igual modo a Igreja levanta a sua voz para fazer chegar aos
responsáveis o grito de dor desta humanidade atribulada e fazer cessar,
juntamente com as hostilidades, todo o abuso e violação dos direitos
fundamentais do homem.(Pont. Conselho «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina
Social da Igreja, 159)
Por este motivo, desejo
dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas:
naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso
irmão e detende a vossa mão! Renunciai à via das armas e ide ao encontro do
outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação para reconstruir a justiça, a
confiança e esperança ao vosso redor! «As guerras constituem a rejeição prática
de se comprometer para alcançar aquelas grandes metas económicas e sociais que
a comunidade internacional estabeleceu».( Francisco, Carta ao Presidente
Vladimir Putin, 04.09.2013)
Mas, enquanto houver em
circulação uma quantidade tão grande como a actual de armamentos, poder-se-á
sempre encontrar novos pretextos para iniciar as hostilidades. Por isso, faço
meu o apelo lançado pelos meus Predecessores a favor da não-proliferação das
armas e do desarmamento por parte de todos, a começar pelo desarmamento nuclear
e químico.
Constatamos que os acordos
internacionais e as leis nacionais, embora sendo necessários e altamente
desejáveis, por si sós não bastam para preservar a humanidade do risco de conflitos armados. É
precisa uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um
irmão do qual deve cuidar e com o qual deve trabalhar para, juntos, construírem
uma vida em plenitude para todos. Este é o espírito que anima muitas das
iniciativas da sociedade civil, incluindo as organizações religiosas, a favor
da paz. (Mensagem da Paz 2014 7)
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