Qualquer coisinha, tenho fome pequeno comentário por Armando Soares

Qualquer coisinha, tenho fome  por ANSELMO BORGES 04 janeiro 2014

No mundo bárbaro da humilhação: "Qualquer coisinha, tenho fome”. E damos por caridade aquilo que é uma obrigação básica.Alguém e muito bem: a mão que dá esconde-se.  Um direito não pode ser uma esmola numa sociedade justa.
Confrontada pelos jornalistas, Madre Teresa de Calcutá argumentou que é urgente que os poderosos discutam nos Fóruns Internacionais os problemas da organização da justiça no mundo e a distribuição da riqueza, mas, enquanto se alcançam ou não acordos eficazes, as missionárias da caridade dedicar-se-ão a recolher das ruas, um a um, os moribundos e os enfermos que já ninguém ampara nem cuida.
Tenho vergonha de um mundo que se banqueteia ao lado de quem morre à fome…Eu vi, na África, mas também existe este problema no nosso país, na Europa,… em todo este “mundo cão”… Um apelo louvável…
E o Papa Francisco apela para soluções radicais destes males sociais. A solução não ser momentânea ou pontual. Não se resolve o problema dos nossos amigos sem tecto cobrindo-os numa noite ou dando de comer uma vez, mesmo que seja uma ceia de Natal com doces e tudo… Nos outros dias também é preciso comer. …. Eu vi-os morrrer nas ruas de Bombaím, abandonados como coisas. Os transeuntes nem paravam, pois era coisa tão frequente…e passaria o carro dos mortos para levar os cadáveres desses corpos ressequidos… O mundo não se muda com acções mesmo que vistosas mas num problema relacional efectivo em que o mundo se torne cada mais fraterno, porque baseado na paternidade divina.
Como é grande a nossa responsabilidade e a dos governantes que não lutam para acabar com a desigualdade ou para que cada um tenha aquilo a que tem direito como ser humano. 

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