O mal e Deus comentário por Armando Soares
O mal e Deus Resumo por
Armando Soares (de artigo do Professor Anselmo Borges colunista do DN aos
sábados)
Pediram-me para falar
sobre o mal, diz o Professor. Há vários males: o mal físico, o mal moral, o mal
metafísico, o mal fora de nós e o mal em nós…
Quando o mal se abate
sobre nós - um cancro, um terramoto, um tsunami, um filho que se nos morre
desfeito em dores e perante a nossa impotência total, quando nos destruímos
mutuamente, quando tudo se afunda sob os nossos pés, quando o futuro todo se
apaga... -, aí gritamos, choramos, blasfemamos, rezamos..., não debatemos.
Ao longo do tempo, qual
a solução para o mal? Como é que Deus é compatível com todo o calvário do mundo?
Donde vem o mal? Na sua justificação de Deus, Leibniz concluiu que este é o
melhor dos mundos possíveis. Schopenhauer contrapôs: este mundo não passa de
uma arena de seres torturados, que sobrevivem devorando-se uns aos outros, ele
"é o pior dos possíveis".
Penso que é o teólogo
A. Torres Queiruga que abre para uma correcta reflexão, ao exigir: tratar do mal,
antes de qualquer referência a Deus, pois o mal atinge todos, crentes e não
crentes.
Temos de perceber que
a raiz do mal é a finitude. O mundo é finito e, por isso, não podendo ser
perfeito, tem falhas e carências, choques. Deus é omnipotente e infinitamente
bom. Como pretender que pudesse acabar com o mal no mundo? Não tem sentido
perguntar por que é que Deus não criou um mundo perfeito, pois Deus não pode
criar outro Deus.
Mas se o mal é inevitável, porque é que Deus o
criou? Todos têm de enfrentar-se com o mal. O crente religioso: crê em Deus
como Amor e anti-Mal e espera a salvação definitiva e plena para lá da morte.
Sem Deus, fica-se com o mal e sem esperança, também para as vítimas inocentes. Perante
o sofrimento atroz, as pessoas choram, gritam, blasfemam, rezam,…
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