BRASIL | COPA A bola é fogo… (15) Saúde V (SUS)

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A bola é fogo… (15) Saúde V (SUS)

15. Sistema Único de Saúde
 O padrão do perfil epidemiológico do País também mudou ao longo do período 1970-2010. Se antes era caracterizado por doenças e óbitos por causas infecciosas e transmissíveis, passou a ser progressivamente substituído pelo de doenças crônicas, degenerativas e causas externas ligadas a acidentes e violência. A redução da desnutrição em crianças e adultos e o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade na população em geral são também resultados dos processos em curso.
A nível regional, as disparidades ficam evidentes. (Dados de 2011):
Brasil: um médico por 510 habitantes; Região Sudeste: um médico por 380 habitantes.; Região Sul: um médico por 490 habitantes; Região Centro-Oeste: um médico por 500 habitantes; Região Nordeste: médico por 840 habitantes; Região Norte: um médico por 1,02 mil habitantes.
A conclusão é que, como já descrito anteriormente, existe uma má distribuição por conta tanto do mercado de trabalho e concentração de renda, como pela "negligência do governo federal em implantar planos de carreira e melhorar as condições de trabalho, que poderiam atrair e fixar médicos no SUS".

O SUS tem também orientações para a sua execução, sendo as mais peculiares da participação popular, que define que todas as políticas estão a ser planejadas e supervisionados directamente pela população, através do bairro, cidade, estado e municípios em conferências nacionais de saúde. Esta é considerada uma forma muito avançada de democracia direta e estabeleceu as directrizes para iniciativas semelhantes em muitos outros setores além da saúde por toda a sociedade brasileira.
O sistema público é ainda manifestamente insuficiente e carente de qualidade, mas que vem melhorando consideravelmente nos últimos anos.
Seguros privados de saúde no Brasil estão amplamente disponíveis e podem ser contratados individualmente, ou como um benefício laboral (geralmente grandes empregadores oferecem seguros de saúde privados a seus empregados). O sistema de saúde público é ainda acessível para aqueles que optam por obter seguros de saúde privados. A partir de março de 2007, mais de 37 milhões de brasileiros tinham algum tipo de seguros privados de saúde.

Copa problemas de saúde
Em dias de jogos decisivos do Brasil, há um aumento de até 28% no atendimento de emergências cardíacas. A ansiedade e o nervosismo com o resultado do futebol podem desencadear problemas graves no coração.
Ghorayeb, chefe de seção de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, que coordenou a primeira pesquisa, realizada em seis hospitais, durante a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Agora, o médico ampliou a amostragem para nove prontos-socorros, de várias cidades do Brasil. “Queremos atingir 6.000 pacientes no período da Copa do Mundo.”
O nervosismo de um jogo decisivo pode desencadear uma série de problemas, como pressão alta, arritmia, angina no peito, palpitações, desmaio, tonturas e até infarto do miocárdio e paragem cardíaca.
 “O que interessa na nossa pesquisa é quem vai ao pronto-socorro na véspera, no dia ou um dia depois do jogo do Brasil, apresentando desde problemas leves até coisas graves. A gente quer saber se aquele mal-estar foi causado pelo jogo ou porque o paciente discutiu com a mulher e os filhos”, explica o médico.
Para quem tem predisposição a problemas no coração, os especialistas dão alguns conselhos para evitar terminar o dia numa sala de hospital. “Assistir ao jogo acompanhado. Não é bom ele ficar sozinho. Se precisar de ajuda médica, é melhor que ele esteja acompanhado”, diz Ghorayeb, que também alerta para o risco do consumo de álcool e de bebidas energéticas. “Se ele tem predisposição para doença cardíaca, deve evitar bebida de alto teor alcoólico”.
Outro problema muito comum durante o período de Copa do Mundo, especialmente para os mais fanáticos, é o excesso de comemorações e a falta de um período de descanso de 7 a 8 horas diárias.
 “Tem argentino dormindo na praia, no Rio de Janeiro, ou dentro do carro. Perde-se na quantidade e na qualidade do sono.”
Períodos muito alongados sem descanso regular, o que não é o caso da Copa do Mundo, aumentam o risco de obesidade e de contrair diabetes, doenças cardíacas, câncer e AVC. Durante o Mundial, porém, dormir pouco afeta a cognição. “O indivíduo fica mais desconcentrado, com memória ruim, e há aumento na irritabilidade. Conduzir se torna perigoso.
O abuso de álcool, muito comum em períodos de Copas do Mundo, é outro factor que contribui para se dormir com pouca qualidade. “Algumas pessoas dizem que o álcool relaxa, mas a estrutura do sono piora. O indivíduo pode ter apneia. Ou seja, o álcool estraga a qualidade do sono, piora tudo”, explica ele. “À noite, é melhor esfriar os ânimos, evitar a TV até tarde, e não comer e beber muito. Qualquer excitação, piora o sono.”


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