BRASIL | COPA A bola é fogo… (16) Riquezas naturais
BRASIL
| COPA
A bola é fogo… (16)
16. Riquezas naturais
Maior exportador de riquezas naturais
A maioria da população brasileira
não tem a menor noção da quantidade de minérios ou de grãos que são exportados
a preços irrisórios. Não estamos exportando apenas produtos, mas recursos
naturais e, principalmente, água. Ao associar a República da Banana com a
República do Minério o Brasil aprofunda a “vocação” como o maior país
exportador de produtos primários. Melhor, como o país mais explorado em suas e
riquezas naturais.
O Brasil não se reconhece como um
país minerador, apesar de exportar um volume de minérios maior que a Bolívia e
o Peru. O Plano Nacional de Mineração identifica que o “segmento da
mineração é o mais dinâmico nessa nova etapa, com crescimento médio anual de
10%, devido à intensidade das exportações”. A sociedade só reserva da
mineração uma lembrança histórica dos séculos XVII e XVIII.
O senso comum comprou a ideia que o
Brasil é o “celeiro do mundo”. Que a vocação nacional é a agricultura. A
monocultura do café, da República Velha, imprimiu uma visão de mundo dos
coronéis que ainda está em vigor na vida social e política da Nação. Os
modernos ciclos agrários, com o retorno da cultura do açúcar/etanol e o da
soja, a velha ideologia se travestiu e se apresenta no discurso dos ruralistas
com o nome de agronegócio ou agribusiness.
A pauta de exportação brasileira,
mesmo diversificada, ainda se concentra em grãos e minérios. O ferro, por
exemplo, representa cerca de 90% dos bens minerais exportados. Assim, a
“vocação” de país exportador de bens primários vai sendo degradando as terras
férteis e impactando sobre todas as dimensões da vida das comunidades locais e
regionais.
Lúcio Flávio Pinto afirma que a
Serra de Carajás poderá ser consumida em 80 anos. O trem de Carajás faz 24
viagens de ida e volta entre a mina de Carajás e o porto da Ponta da Madeira,
no litoral do Maranhão, com 300 vagões, que transporta por dia “576 mil
toneladas do melhor minério de ferro do mundo, com pureza de mais de 65% de
hematita, sem igual na crosta terrestre”.
Quem manda é a FIFA |
Copa quem manda é a Fifa
Os
grupos que patrocinam, as corporações multinacionais, as empresas de construção
brasileiras e a indústria do turismo, mesmo antes do pontapé de saída, já
fizeram a festa com as enormes somas de dinheiro que têm sugado dos seios do
Estado.
Para
inflar o balão da FIFA e os bolsos dos empresários, no Brasil, oficialmente, já
investiu 25 biliões de reais, cerca de US $ 11 biliões.
Sete
bilhões de dólares foram alocados para a melhoria dos aeroportos, portos,
estradas urbanas, telecomunicações e turismo e mais de 4 biliões de dólares
foram utilizados na construção ou renovação de 12 estádios que sediarão os
jogos. A
corrupção, super facturamento, isenção de impostos e empréstimos subsidiados
têm esvaziado os cofres do Estado, em benefício de um pequeno grupo de
privilegiados.
O
exemplo mais óbvio de resíduos, a construção de estádios a preços loucos
desnecessários. De
acordo com um estudo feito pela KPMG (rede especializada em auditoria e
contabilidade, consultoria de gestão e serviços fiscais, jurídicas e
administrativas) Brasil construiu estádios mais caros do mundo. Em
comparação com a estimativa inicial, houve um aumento de 263% nas despesas. De
2,2 biliões em bens colocou há seis anos nos mudamos para cerca de 10,5 biliões
reais.
Praticamente
Brasil pagou para os estádios mais do que o que se passou na Alemanha e na
África do Sul em conjunto nas duas últimas edições da Copa do Mundo. Cada
assento no estádio custo Brasil, em média, 5800 dólares. Algumas
dessas etapas serão "elefantes brancos". Em
Cuiabá não existe futebol profissional. Em Recife, já
existem três estádios pertencentes às três equipes locais. Em Brasília foi
construído um estádio para 70 mil pessoas para os jogos de apenas duas equipes
locais e estádio do Morumbi, em São Paulo foi mais do que suficiente para
sediar a Copa do Mundo.
O
grande vencedor é a FIFA. Além de ser capaz
de fazer para mudar a lei sobre a proibição da venda de bebidas alcoólicas
durante o campeonato, ganhou a isenção de impostos sobre suas actividades. De
acordo com as últimas estimativas vão ganhar nenhum real, gastar 6.300 milhões
dólares americanos menos de um terço.
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