JUVENTUDE Jovens pegai fogo ao mundo inteiro

JUVENTUDE
Jovens pegai fogo ao mundo inteiro

«Se fordes aquilo que deveis ser,
Pegareis fogo ao mundo inteiro».
Santa Catarina de Sena

Com certeza já reparastes que esta é uma verdade estupenda: O Verbo que se fez carne há dois mil anos, está hoje connosco na Eucaristia. É este o sacramento da presença de Cristo que se dá a nós porque nos ama.
Faz-nos bem pensar nesta realidade:  Ele ama a cada um de nós, com um amor pessoal, único e irrepetível, na vida concreta de cada um e de cada dia: na intimidade, na família, no convívio com os amigos, no trabalho, no estudo, no divertimento e no repouso. Ama-nos quando enche de frescura os dias da nossa existência, mas também quando permite horas de sofrimento, em que as provações se abatem sobre nós: de facto, mesmo no meio das provações mais duras, Ele faz-nos ouvir a sua voz, num apelo à coragem e a não desanimar.

Cristo disse: «eu sou o caminho, a verdade e a vida». Creio que ainda há jovens sedentos de verdade, de vida e de um bom companheiro para a viagem que é esta vida, uma viagem sem retorno, um tempo de prova em que nos compete fazermos o bem. Sua presença dá-nos força e audácia. Mal estarão aqueles para os quais a vida não tem sentido, e se declaram agnósticos, tristes, pessimistas, materialistas, niilistas, ou até membros militantes da maçonaria ou sociedades secretas em que nos vemos envolvidos e enredados cada vez mais. São verdadeiros órfãos, alguns à procura do Pai, mesmo sem o pensarem, porque sem Ele a vida é pesada demais.

Mas sinto-me feliz ao ver que hoje há jovens com olhar sério, sincero, transparente, que são gratos a Deus pelo dom da juventude e da vida, e que dão forma visível e positiva à vida da Igreja e do mundo. Dão cor ao esquema de vida tantas vezes demagógica que alguns tentam impor a um povo que sempre foi civilizado e civilizador. Hoje, vamos na cauda disto tudo, e da economia da União Europeia. Falta-nos garra e juventude, destruídos por pseudo-valores e um ambiente narcotizante que mal deixa viver, e que incita ao descontentamento talvez provocado.
Como explicar os abusos e reivindicações de tanta juventude escolar?
Todos sabemos que o nosso nível de literacia é dos mais baixos da Europa. Porquê? O trabalho, o estudo, a seriedade, andam de férias, e o professorado perdeu a autoridade ou porque não a merece ou porque lha tiraram. O professor é o último a falar, quando devia ser capaz e ser investido conscientemente da gestão da aula, da escola em harmonia, em paz e com sucesso.

João Paulo II tem sentido o calor da juventude em todo o mundo, e tem catalisado jovens de todas as raças, religiões e culturas, com a sua palavra, o seu sorriso, a sua compreensão e a sua intrepidez e clareza na defesa da fé e da verdade. No encerramento da XV Jornada Mundial da Juventude, em Roma 2000, deixou-lhes como mensagem estas palavras de envio, e eram cerca de 2 milhões de jovens: «Tenho a certeza de que vós, queridos amigos, estareis à altura de quantos vos precederam. Vós levareis o anúncio de Cristo ao novo milénio. Voltando para casa, não vos isoleis. Confirmai e aprofundai a vossa adesão à comunidade cristã a que pertenceis».
O Papa acompanha os jovens com afecto, com carinho e não tem mesmo receio de os desafiar à santidade: «Jovens, sede santos», pede e suplica. Como se dizia antigamente: «se a juventude é fria, nós os mais velhos batemos o dente».
Ao desafio de João Paulo II, que lembrou as palavras de Santa Catarina de Sena, uma iletrada aos olhos do mundo, mas clarividente para as coisas de Deus, e doutora da Igreja: «se fordes aquilo que deveis ser, pegareis fogo ao mundo inteiro»; o mundo precisa deste fogo da verdade, da paz, da solidariedade, da fraternidade.
A juventude tem uma palavra positiva a dizer para que o mundo em que vivemos não seja tão banal, tão ordinário, tão falho de imaginação e de criatividade, tão pobre e tão velho!

Jovens, pegai o fogo da verdade, do amor, da alegria, do optimismo, de Deus, ao mundo inteiro!

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