TERESA DE CALCUTÁ a mãe dos pobres
TERESA DE CALCUTÁ
a mãe dos
pobres
Faleceu
no dia 5 de Setembro de 1997, com 87 anos de idade e quando preparava uma
celebração em memória de Diana, a Princesa de Gales, falecida pouco antes num
trágico desastre de carro, em Paris. Foi um fenómeno mediático interpelante.
Mais de um milhão de pessoas estiveram na cidade de Calcutá no seu funeral, 35
países transmitiram em directo, pela televisão, o funeral, calculando-se 300
milhões de potenciais telespectadores e ainda mais de 4 mil páginas na internet
lhe foram dedicadas.
Sua
vocação pelos pobres.
Em
1946, quando ia de comboio para Darjeeling, a fim de fazer um retiro, sentiu-se
chamada a deixar tudo para se dedicar aos mais pobres dos pobres. «Senti que
era a vontade de Deus». Madre Teresa era professora na Congregação de Loreto e,
por isso, pediu licença ao Arcebispo de Calcutá e, com a aprovação da
Superiora, escreveu para Roma. Pio XII autorizou a sua saída da Congregação mas
continuando a ser religiosa, sob a obediência ao Arcebispo de Calcutá. Foi com
grande sacrifício que deixou o convento de Loreto, em Calcutá, onde era
professora. Viveu numa casa religiosa de Irmãs em Patna, aproveitando para estudar
algo de medicina para poder entrar nas casas dos pobres e poder compreendê-los.
Juntaram-se a ela algumas das suas antigas alunas, que se consagraram a Deus
também. Em 1952, abriram a Primeira Casa para Moribundos, para receber caídos
ao longo da estrada e em perigo de morte. «A primeira mulher que vi morrer
recolhi-a eu própria junto à estrada. Estava roída dos ratos e das formigas…».
Assim
nasceu a Congregação das Missionárias da Caridade. Hoje conta mais de 400
Casas, distribuídas por 126 países e mais de três mil religiosas.
Em
busca dos pobres
Há
duas componentes importantes na vida da Madre Teresa: por um lado o amor sem
limites, a dedicação aos que sofrem, aos mais abandonados da sociedade, e por
outro lado, a sua fé profunda, o seu amor apaixonado a Jesus Cristo, a sua
intimidade e familiaridade com Deus, o seu amor e comunhão com a Igreja.
Assim
se referiu o Papa João Paulo II, na alocução do Angelus, no dia 7 de Setembro em Castelgandolfo, a seguir à morte
de Teresa. «É-me grato, neste momento de oração, recordar a caríssima Madre Teresa de Calcutá que, há dois
dias, concluiu o seu longo caminho terreno. Muitas vezes tive ocasião de
encontrá-la, e está viva na minha memória a sua figura franzina, vergada por
uma existência passada ao serviço dos mais pobres entre os pobres, mas sempre
repleta de uma energia interior inexaurível: a energia do amor de Cristo.
Missionária da Caridade: isto foi a Madre Teresa, de nome e
de facto, oferecendo um exemplo tão arrebatador a ponto de atrair consigo muitas
pessoas dispostas a deixar tudo para servir Cristo, presente nos pobres. Missionária da Caridade: a sua missão
começa cada dia antes do alvorecer, diante da Eucaristia. No silêncio da
contemplação, a Madre Teresa de Calcutá ouvia ressoar o brado de Jesus na Cruz:
“Tenho sede”. Este brado, recolhido no profundo do coração, impelia-a para as
ruas de Calcutá e todas as periferias existentes no mundo, sobretudo das
grandes cidades, em busca de Jesus no pobre, no abandonado, no moribundo».
A mãe
dos pobres
Madre
Teresa deixa um exemplo eloquente para todos, crentes ou não-crentes.
«Deixa-nos o testemunho do amor de Deus que, por ela acolhido, lhe transformou
a vida num dom total aos irmãos. Deixa-nos o testemunho da contemplação que se
torna amor, e do amor que se faz contemplação. As obras por ela realizadas
falam por si mesmas e manifestam aos homens do nosso tempo aquele alto
significado da vida que, infelizmente, parece com frequência desaparecer.
Gostava
de repetir: “Servir os pobres para servir a vida”. A Madre Teresa não perdia
uma ocasião para fazer ressaltar de todos os modos o amor pela vida. Sabia por
experiência, que a vida adquire todo o seu valor, no meio das dificuldades e
contradições, quando encontra o amor. E seguindo o Evangelho, fez-se “bom
samaritano” para cada pessoa que encontrava, para cada existência em crise,
sofredora e desprezada».
Um
lugar especial para a família
«Rezem
em família, porque a família que reza unida, permanece unida, e é uma família
feliz». «Na família ama-se como Deus ama. Na família experimenta-se a alegria
de amar e de se amarem uns aos outros. Na família deve-se aprender a rezar em
comum. O fruto da oração é a fé, o fruto da fé é o amor, o fruto do amor é o
serviço e o fruto do serviço é a paz».
E
assim escreveu Dom António Marcelino, Bispo de Aveiro: «Madre Teresa é o
profeta que um mundo egoísta e uma Igreja distraída e dispersa precisam. Ela
continuará a falar. O que perpetua não é o ter sido “Prémio Nobel”, mas ter
sido Evangelho vivo, clamor aos pobres, grito de amor».
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