PALAVRA Novos evangelizadores
PALAVRA
Novos evangelizadores
Estou
a escrever-vos no princípio do mês de Abril. Estão pela nossa frente os dias da
paixão, da morte e da ressurreição de Cristo, que vamos celebrar. E lembro os
233 mártires fabricados pela guerra civil espanhola de 1931-30. Estes nossos
irmãos foram espancados, trucidados de maneiras várias e que só a criatividade
e a malvadez do homem podem inventar. (Leia Por quem os sinos dobram). Os
animais, mesmo os predadores, são mais discretos e menos velhacos ao matar a
sua presa.
O
Santo Padre recorda estes nossos irmãos e beatificou-os porque eles sofreram
por ódio à fé e à cultura cristã, souberam, com heroísmo e ousadia morrer à mão
dos algozes como nos primeiros séculos do cristianismo com a sanha dos romanos
idólatras e comodistas que não podiam sequer ouvir falar do nome de cristãos.
Como
ontem, Ele hoje também incomoda. Deus incomoda. A religião incomoda. O ser
humano incomoda. O ser humilde incomoda. O ser respeitador incomoda. O ser bem
educado incomoda. E incomoda quando as pessoas querem fazer o que lhes agrada,
o que é mais fácil, o que dá prazer. Servem o corpo. Recolherão a corrupção.
Ninguém fala dos algozes dos primeiros cristãos. Sepultados no pó da história e
nas besteiras que fizeram. Pelo contrário, lembramos bem os nomes dos santos,
dos mártires e das suas vidas. E o seu testemunho.
O
tempo que corre é bastante semelhante ao que enfrentou a Igreja nascente. Um
dos mais graves sintomas da nossa época, já o lembrou o Concílio Vaticano II, é
«o desacordo entre a fé e a vida de muitos» (GS, 43).
Os
cristãos sinceros, verdadeiros, são chamados a colaborar numa nova
evangelização que impregne os lares, os ambientes profissionais, os centros de
cultura, os meios de comunicação social, a vida política, a vida pública e a
vida privada, daqueles valores evangélicos que são fonte de paz, de
fraternidade, de concórdia e entendimento entre os homens.
O
fracasso do mundo, a nível pessoal, familiar, social e político, está muitas
vezes na falta desses valores que são substituídos por outros que não passam de
ecos enganadores e ilusórios.
João
Paulo II, no seu estilo profético, que incomoda muita gente, convida a todos os
cristãos, mas especialmente os jovens, a avançar pelo caminho da santidade, a
viverem o desígnio salvífico em todas as tarefas de homens e mulheres, a serem
fazedores de solidariedade com os excluídos, os pobres, os famintos, os
desesperados.
A
participarem nas actividades sociais e políticas como verdadeiros cidadãos
responsáveis.
A
Igreja precisa de jovens decididos e empenhados. A vocação missionária é para
gente com garra, com princípios, com um grande amor a Deus e aos homens num
serviço que gera alegria e felicidade.
É uma
colaboração única para uma maneira de viver mais humana e para uma sociedade
mais justa e equitativa. É estar presentes e juntos no sofrer dos pobres, seja
pelas péssimas condições a que são votados, seja pela tragédia das calamidades
naturais!
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