ROMÉNIA Cavaco frisa preocupação europeia em combater corrupção
ROMÉNIA
Cavaco frisa preocupação europeia em
combater corrupção
O Presidente da
República, Aníbal Cavaco Silva, recordou hoje na Roménia, país que atravessa
uma crise política, que existem indicações a nível europeu para os Estados
desenvolverem esforços para combater a corrupção, envolvendo em particular
agentes políticos.
Cavaco Silva e
Klaus Werner Iohannis nunca responderam diretamente, mas o Presidente português
acabou por abordar a questão da corrupção, lembrando que essa é uma
"preocupação europeia" e que recentemente surgiram indicações a nível
europeu "no sentido de em todos os Estados serem feitos esforços para
combater a corrupção envolvendo em particular agentes políticos".
"Essas
indicações emanadas da União Europeia são para todos os 28 países e não para
nenhum país em particular", vincou.
Escusando-se a
comentar o caso particular de Victor Ponta, que estará na Turquia para ser
operado a um joelho, depois de no fim-de-semana se ter deslocado a Baku, no
Azerbaijão, para assistir à abertura dos Jogos Olímpicos Europeus, Cavaco Silva
lembrou a regra de que um chefe de Estado não comenta os problemas políticos
interno dos países que visita.
"As
instituições democráticas da Roménia estão a funcionar, a funcionar plenamente
e nenhuma perturbação atinge a minha visita de Estado à Roménia",
acrescentou.
O programa da
visita de Estado de Cavaco Silva teve, contudo, um 'ajuste', já que para
quinta-feira estava agendado um encontro com Vitor Ponta. Fonte da Presidência
da República revelou, entretanto, aos jornalistas que integram a comitiva de
Cavaco Silva que no encontro estará antes presente o vice-primeiro-ministro e
ministro da Administração Interna, Gabriel Oprea.
Há duas semanas,
o Ministério Público anticorrupção publicou as suas acusações contra o
primeiro-ministro social-democrata que está a ser investigado por cumplicidade
de evasão fiscal e branqueamento de capitais na época em que era advogado,
entre 2007 e 2011.
Apesar do chefe
de Estado conservador, rival de Ponta, e uma parte da oposição terem na altura
exigido a demissão do primeiro-ministro, ainda antes de se deslocar para a
Turquia Victor Ponta afirmou estar inocente e ser vítima de uma "tentativa
de golpe de Estado" orquestrada pela oposição, com a cumplicidade da
justiça.
Tal como Cavaco
Silva, o Presidente romeno recusou falar do caso que envolve Victor Ponta,
admitindo apenas que, devido ao facto de estar apenas desde dezembro de 2014 na
chefia do Estado, é necessário haver uma "harmonização" com o
primeiro-ministro relativamente à política externa.
Contudo,
acrescentou, a Roménia sabe quem são os seus "amigos" e "não
existe nenhum perigo" sobre a forma como "os amigos e parceiros serão
tratados".
Na declaração
inicial dos dois Presidentes, ambos sublinharam a intenção de reforçar as
relações entre Portugal e a Roménia, bem como a boa integração da comunidade de
mais de 40 mil romenos que vive em Portugal.
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