VIDA CONSAGRADA COMUNIDADE frescura, acolhimento e comunhão Por ARMANDO SOARES
VIDA CONSAGRADA
COMUNIDADE frescura, acolhimento e comunhão
Por ARMANDO SOARES
O Papa encontrou-se em Roma com os
participantes no III Encontro Mundial dos Movimentos Eclesiais e das Novas
Comunidades a decorrer sob o tema: “A alegria do Evangelho, uma alegria
missionária”. Na sua intervenção, Francisco abordou três aspectos fundamentais
para a vida destes movimentos.
Em primeiro lugar, preservar a frescura do
carisma, já que a novidade das experiências destes movimentos “não consiste nos
métodos e nas formas, mas na disposição em responder com renovado entusiasmo ao
chamamento do Senhor.” Certa congregação chegou a ter um número mínimo de
membros porque seu carisma de fundação estava a não existir. Refiro-me à
instituição eclesial para resgate dos escravos. Abolida a escravatura que iriam
fazer esses membros, se não havia escravos tal como na fundação do instituto,
para resgatar?! Perante a inutilidade, houve a coragem de encontrar um novo
campo. Afinal uma nova escravatura aparecia na sociedade. Lançam-se a esse novo
trabalho com um novo fervor e audácia, e de novo o instituto ocupou o lugar que
lhe estava destinado e com novo vigor. E na fidelidade ao carisma do fundador.
Muitos institutos estiolam por falta de criatividade dos seus membros.
Em segundo lugar, o Santo Padre referiu-se ao
modo de acolher e acompanhar os homens do nosso tempo, em particular os jovens
e exortou todos a resistirem à tentação de se substituírem à liberdade das
pessoas, dirigindo-as sem esperar que cresçam realmente”. Hoje ainda há gente à
caça de vocações nas catequeses ou nas escolas. Mas já os seminários menores
fecharam portas e são casas abandonadas. Não é fácil enganar um adulto, quanto
mais uma criança. Eles é que vêem se vale ou não a pena ser padre ou
missionário. Pelos exemplos que lhes passam pelos olhos, E pelo tratamento mais
ou menos humano ou desumano que lhes dão no Seminário, sobretudo quando lhes
bate à porta a doença ou a velhice. Também não se deixam enganar. Mostremos que
serão tratados com carinho. E que não lhes falte o apoio espiritual e material
conveniente. A letra pouco interessa. Pode ser traiçoeira. Podem os artigos das
constituições serem os mais bonitos, mas eles querem ver e constatar a
realidade. E até podem conhecer casos concretos em que essas regras foram
ludibriadas e os doentes e idosos pura e simplesmente maltratados na sua
dignidade humana, sacerdotal ou missionária. Acolher e acompanhar os jovens e
todos nas suas dificuldades e na sua integral dignidade corpo-alma é
fundamental. É a única via evangélica.
Por último, pediu o Papa pediu aos
participantes no III Encontro Mundial dos Movimentos Eclesiais e das Novas
Comunidades para não esquecerem que o bem mais precioso é a comunhão, a “graça
suprema que Jesus conquistou na Cruz”, e que esta não pode existir num movimento
ou numa comunidade se não se integra na comunhão maior que é a nossa Santa
Madre Igreja.
Em todos os movimentos eclesiais e comunidades
há-de ser visível e sensível o ambiente de comunhão. Para isso é necessário
afastar de cada membro todo o espírito de ciúmes, de ódios, de má vontade, de
desarmonia, ou de dor de cotovelo, de intrigas, de fofocas, de destruição do
outro porque nos incomoda ou porque é mais inteligente , ou porque foi para a
universidade (e por isso estudos e um tratamento especial. É certos que todos
têm lugar na comunidade mas respeitando integralmente sua riqueza, sua
capacidade e seu direito a ser igualmente bem tratados. A vida da comunidade tem de ser vivida mais com
o coração, no sentido bíblico, do que com a inteligência. Comunidade com
divisões ou comunidade sem amor – é uma aberração, uma contradição - nem sequer pode ser abençoada por Deus.
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