VIDA CONSAGRADA Francisco desafia religiosos a serem modelo de fraternidade

VIDA CONSAGRADA
Francisco desafia religiosos a serem modelo de fraternidade
O Papa Francisco escreveu uma carta a todos os religiosos e religiosas da Igreja Católica, divulgada em Novembro 2014 no Vaticano, pedindo-lhes que sejam modelo de fraternidade para o mundo actual e a explicar os objectivos do Ano da Vida Consagrada (AVC).
“Numa sociedade do confronto, da difícil convivência entre culturas diferentes, da exploração dos mais fracos, das desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de comunidade que, através do reconhecimento da dignidade de cada pessoa e da partilha do dom que cada um transporta, permita viver relações de fraternidade”, refere a missiva, que tem data de 21 de novembro, festa litúrgica da Apresentação de Maria.

O Papa elogia o caminho de renovação da Vida Consagrada nos 50 anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II, afirmando que, apesar de todas as fragilidades, é preciso apresentar hoje “a santidade e a vitalidade” presentes nos membros dos vários institutos.
O Ano da Vida Consagrada vai prolongar-se até 2 de fevereiro de 2016, festa litúrgica da Apresentação de Jesus e dia tradicionalmente dedicado aos religiosos e religiosas.
Francisco convida todos a “olhar o passado com gratidão”, por tudo o que a Vida Consagrada já deu à Igreja, chegando hoje a “novos contextos geográficos e culturais”.
Os religiosos são desafiados a ir às fontes, a “percorrer de novo o caminho das gerações passadas”, dos fundadores das ordens e congregações, para colher a sua inspiração.

O Papa pede, por isso, que os consagrados vivam o presente “com paixão”, deixando-se interpelar pelo Evangelho e tendo Jesus Cristo como “primeiro e único amor”.
“A fantasia da caridade não conheceu limites e soube abrir incontáveis caminhos para levar o sopro do Evangelho às culturas e aos mais diversos âmbitos sociais”, assinalou.
A carta deixa uma palavra de esperança para o futuro, apesar de problemas como a diminuição das vocações e do envelhecimento, sobretudo no mundo ocidental, a globalização, a crise económica, o relativismo e a “irrelevância social”.

Francisco, primeiro Papa jesuíta da história, apresenta como marca dos religiosos a “alegria”, numa sociedade que ostenta o “culto da eficiência”, e a “profecia”, para denunciar “o pecado e as injustiças”.
O texto deixa indicações precisas quanto à necessidade de agilizar as instituições, com a “reutilização das grandes casas em favor de obras mais adequadas às actuais exigências da evangelização e da caridade”.
O Papa deixa uma palavra de apreço aos leigos que partilham os ideais e a missão dos institutos consagrados, realçando depois que este ano diz respeito a toda a Igreja, que deve agradecer tudo o que recebeu através da “santidade dos fundadores e fundadoras” e da fidelidade dos religiosos e religiosas ao seu carisma.

Francisco conclui a sua carta dirigindo-se aos bispos, para que valorizem a Vida Consagrada como algo que “pertence inteiramente” à Igreja Católica, como “elemento decisivo da sua missão”. Fonte: OC|AE (in Boa Nova Janeiro 2015)

Comentários

Mensagens populares