CUBA América 2015: Papa recorda «feridas» de Cuba

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América 2015: Papa recorda «feridas» de Cuba
 20 de Setembro de 2015, às 14:27
O papa Francisco chega à Praça da Revolução, em Havana, em seu papamóvel
 (Foto: Ramon Espinosa/AP)
Francisco presidiu a primeira Missa em Havana e sublinhou
 importância do serviço aos outros

O Papa Francisco recordou hoje em Havana as “feridas” do povo cubano e elogiou a sua capacidade de superação, sublinhando a importância do “serviço” aos outros.
“O santo povo fiel de Deus, que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza”, declarou, na homilia da Missa que reuniu milhares de pessoana Praça da Revolução, na capital de Cuba.
Francisco recordou, neste contexto, os mais frágeis e necessitados, advertindo os cubanos para os perigos de “projetos que podem parecer sedutores” mas acabam por desinteressar-se de quem está ao lado de cada um.
“As pessoas de carne e osso, com a sua vida, a sua história e especialmente com a sua fragilidade, são aquelas que Jesus nos convida a defender, assistir, servir”, assinalou o Papa, para quem “ser cristão comporta servir a dignidade dos irmãos, lutar pela dignidade dos irmãos e viver para a dignificação dos irmãos”.
“Servir significa, em grande parte, cuidar da fragilidade. Cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo. São os rostos sofredores, indefesos e angustiados que Jesus nos propõe olhar e convida concretamente a amar”, acrescentou.
Francisco sublinhou que este serviço “nunca é ideológico”, porque procura o bem de pessoas concretas e não de ideias.
A homilia partiu da pergunta ‘Quem é o mais importante?’, que os discípulos de Jesus debatiam entre si.
“A história da humanidade está marcada pelo modo como se respondeu a esta pergunta”, precisou.
Jesus, observou o Papa, evitou qualquer tipo de “elitismo” e propôs “a lógica do amor, uma lógica capaz de ser vivida por todos, porque é para todos”.
“A vida autêntica vive-se no compromisso concreto com o próximo”, prosseguiu.
O presidente Cubano, Raúl Castro Ruz, acompanha a celebração, no local, juntamente com vários dirigentes do Governo e do Partido Comunista, bem como da presidente da Argentina, terra natal do Papa, Cristina Kirchner.
A multidão começou a juntar-se no local desde as primeiras horas do dia, pintando de branco a ‘Plaza de la Revolución José Martí’, o mesmo espaço onde presidiram à Missa São João Paulo II (1998) e Bento XVI (2012) nas suas visitas.
Antes da Missa, o Papa cumprimentou representantes de outras confissões cristãs presentes em Cuba, anunciou o Vaticano.
Na parte final da celebração, cinco crianças receberam a Primeira Comunhão das mãos do Papa, num gesto invulgar em viagens pontifícias que, segundo o Vaticano, quis simbolizar o crescimento da Igreja Católica em Cuba. OC/AE


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