IGREJA Teólogos e recasados por Armando Soares *
IGREJA
Teólogos e recasados por Armando Soares *
Não se devem aplicar as palavras de Jesus a uma situação desconhecida no seu tempo: agora, "o que há não é o abandono de uma parte, mas um fracasso dos dois".
Segundo o Evangelho de São Mateus, referindo as transgressões da lei por parte de Jesus, o decisivo é salvaguardar o espírito. "E o espírito fundamental de toda a lei evangélica é a misericórdia: evidentemente, uma misericórdia exigente. De qualquer modo, não uma exigência sem misericórdia."
O Evangelho manda, segundo os Actos dos Apóstolos, "não impor um jugo que nem os nossos pais nem nós somos capazes de suportar". "Este é um dos maiores pecados que a Igreja pode cometer. E é muito discutível que pessoas celibatárias possam compreender o que significa conviver cada dia íntima e pacificamente com outra pessoa com a qual não há a mínima sintonia. Como é discutível que pessoas celibatárias pudessem abster-se de manter relações sexuais com uma pessoa com quem se convive dia e noite e que se ama." Aqui, permito-me repetir a pergunta que já aqui fiz: No Sínodo, são 250 bispos, solteiros e sem família, pouco jovens, que vão decidir sobre as questões tão complexas da família e da sexualidade?.
De facto, "não se põe em questão a indissolubilidade do casamento", e a disciplina de misericórdia "reclama arrependimento, reconhecimento de culpa e propósito firme de emenda. Do que se trata é de não deixar só e sem ajuda quem fracassou. Como Jesus, que comia com pecadores, não porque fossem bons, mas para que pudessem sê-lo".
Falando de teólogos, cito: o casamento é indissolúvel. Mas quando "um primeiro casamento se rompeu há já algum tempo" e de modo irreparável, e quando "um segundo enlace se vem manifestando como uma realidade moral e está presidido pela fé, especialmente no que concerne à educação dos filhos (de tal maneira que a destruição deste segundo casamento acabaria por destroçar uma realidade moral e provocaria danos morais irreparáveis), neste caso - mediante uma via extrajudicial -, contando com o parecer do pároco e dos membros da comunidade, dever-se-ia consentir a aproximação da comunhão”, disse aos quem assim disse o Teólogo Ratzinger, mais tarde Bento XVI, citado pelo cardeal W. Kasper, ao propor aos cardeais uma solução de misericórdia.
A Conferência Episcopal Alemã propôs, nas respostas ao questionário pré--sinodal, permitir o acesso à comunhão, se a vida comum no casamento fracassou definitivamente, se se esclareceram as obrigações do primeiro casamento, se há arrependimento e vontade genuína de viver o segundo casamento na fé e educar os filhos de acordo com a fé. Dar a comunhão e uma bênção. Porque não?! FONTE: por ANSELMO BORGES, Padre e professor de filosofia DN 12.09.2015
Teólogos e recasados por Armando Soares *
Não se devem aplicar as palavras de Jesus a uma situação desconhecida no seu tempo: agora, "o que há não é o abandono de uma parte, mas um fracasso dos dois".
Segundo o Evangelho de São Mateus, referindo as transgressões da lei por parte de Jesus, o decisivo é salvaguardar o espírito. "E o espírito fundamental de toda a lei evangélica é a misericórdia: evidentemente, uma misericórdia exigente. De qualquer modo, não uma exigência sem misericórdia."
O Evangelho manda, segundo os Actos dos Apóstolos, "não impor um jugo que nem os nossos pais nem nós somos capazes de suportar". "Este é um dos maiores pecados que a Igreja pode cometer. E é muito discutível que pessoas celibatárias possam compreender o que significa conviver cada dia íntima e pacificamente com outra pessoa com a qual não há a mínima sintonia. Como é discutível que pessoas celibatárias pudessem abster-se de manter relações sexuais com uma pessoa com quem se convive dia e noite e que se ama." Aqui, permito-me repetir a pergunta que já aqui fiz: No Sínodo, são 250 bispos, solteiros e sem família, pouco jovens, que vão decidir sobre as questões tão complexas da família e da sexualidade?.
De facto, "não se põe em questão a indissolubilidade do casamento", e a disciplina de misericórdia "reclama arrependimento, reconhecimento de culpa e propósito firme de emenda. Do que se trata é de não deixar só e sem ajuda quem fracassou. Como Jesus, que comia com pecadores, não porque fossem bons, mas para que pudessem sê-lo".
Falando de teólogos, cito: o casamento é indissolúvel. Mas quando "um primeiro casamento se rompeu há já algum tempo" e de modo irreparável, e quando "um segundo enlace se vem manifestando como uma realidade moral e está presidido pela fé, especialmente no que concerne à educação dos filhos (de tal maneira que a destruição deste segundo casamento acabaria por destroçar uma realidade moral e provocaria danos morais irreparáveis), neste caso - mediante uma via extrajudicial -, contando com o parecer do pároco e dos membros da comunidade, dever-se-ia consentir a aproximação da comunhão”, disse aos quem assim disse o Teólogo Ratzinger, mais tarde Bento XVI, citado pelo cardeal W. Kasper, ao propor aos cardeais uma solução de misericórdia.
A Conferência Episcopal Alemã propôs, nas respostas ao questionário pré--sinodal, permitir o acesso à comunhão, se a vida comum no casamento fracassou definitivamente, se se esclareceram as obrigações do primeiro casamento, se há arrependimento e vontade genuína de viver o segundo casamento na fé e educar os filhos de acordo com a fé. Dar a comunhão e uma bênção. Porque não?! FONTE: por ANSELMO BORGES, Padre e professor de filosofia DN 12.09.2015
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