PORTUGAL REFUGIADOS: "A dignidade humana não conhece fronteira", afirma Costa
PORTUGAL
REFUGIADOS: "A dignidade
humana não conhece fronteira", afirma Costa
17 Setembro 2015 • Negócios
Foi
um dos poucos pontos em que Passos Coelho e António Costa estiveram em
convergência no debate desta quinta-feira, 17 de Setembro, o último antes das
eleições legislativas de 4 de Outubro. Ambos concordam que é necessário a
Europa fazer mais para lidar com a crise de refugiados que se tem vivido no
continente. Quanto a uma intervenção militar, Costa admite que poderá ser uma
solução, já Passos não acredita nela.
"A
Europa tem de se organizar melhor para dar resposta ao problema dos refugiados.
Representa uma catástrofe humanitária que está a ocorrer", afirmou Passos
Coelho. Destacando que Portugal tem tido uma "postura de grande
abertura" para acolher estas pessoas, o primeiro-ministro sustenta que é
necessário que sejam recebidas em "segurança e dignidade", algo que
não se verifica em "alguns países".
"Espero
que haja acordo muito rápido para permitir que todos aqueles [países] que têm
possibilidades possam acolher esses refugiados", sustentou Passos Coelho.
Mesmo relativamente aos imigrantes que "procuram a Europa por razões
económicas", Passos diz que a Europa deve mostrar mais abertura. "A
Europa deve mudar alguma coisa porque está a ficar um continente demasiado
envelhecido e precisa de alguma imigração" e "é importante que cada
país possa receber mas imigrantes".
Para
António Costa, esta crise é mais uma prova de "como a Europa está
incompleta". "O primeiro fracasso desta crise é a Europa não ter
conseguido ter estado a altura de contribuir para a estabilização dos conflitos
na fronteira, tem acontecido a leste, na Ucrânia, e a sul, na bacia
mediterrânica". "Antes de ser espaço económico, a Europa é uma
comunidade de valores assente num valor fundamental, a dignidade da pessoa
humana, e isso não conhece fronteira, nem raça, nem credo", realça.
Intervenção militar? Passos acha que não resolve
Questionados
sobre a necessidade uma intervenção militar para resolver o problema dos
refugiados, Passos mostrou-se pouco favorável. "Não creio que esta solução
tenha uma solução militar, julgo mesmo que poderá agravar este problema",
afirmou, dizendo que Portugal fará, contudo, o que os seus aliados decidirem.
Costa
mostrou-se mais favorável. "Em último lugar, a solução deverá ser
militar", e "não devemos excluir liminarmente qualquer tipo de
participação".
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