EST.I. Rússia bombardeou alvos do Estado Islâmico em Raqqa
EST.I.
Rússia bombardeou alvos do Estado Islâmico em
Raqqa
Graça Andrade Ramos - RTP02 Out, 2015, 11:25 / atualizado em 02 Out, 2015,
17:01 | Mundo
Um caça russo Sukhoi Su-30SM voa acima de um papagaio-de-vento durante o
Salão Internacional de Aviação e de Espaço MAKS em Zhukovsky, arredores de Moscovo,
Rússia, a 29 de agosto, 2015. | Maxim Shemetov - Reuters
O ministério russo da Defesa anunciou sexta-feira que bombardeou pela
primeira vez Raqqa, a província bastião do grupo extremista islâmico Estado
Islâmico.
Os ataques terão sido realizados quinta-feira, numa série que visou
igualmente alvos nas províncias de Alepo e de Idlib.
De acordo com as fontes ministeriais, os bombardeiros táticos Sukhoï-34
alvejaram um "posto de comando que estava camuflado em Kasrat Faraj, no
sudoeste de Raqqa".
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG baseada em
Londres que recebe relatórios de várias fontes sírias no terreno, confirmou a
morte de pelo menos 12 jihadistas do grupo Estado Islâmico.
"Os bombardeamentos russos visaram quinta-feira à noite a periferia
oeste da cidade de Raqqa e a região onde se encontra o aeroporto militar de
Tabqa, mais ao sudoeste, matando pelo menos 12 jihadistas",
indicou à Agência France Presse o diretor da ONG, Rami Abdel Rahmane.
Vaga de 18 ataques
Ao todo, o exército russo afirma ter realizado 18 ataques, destruindo 12
alvos do Estado Islâmico, através de aviões Sukhoï-34. Sukhoï-24M e Sukhoï-25.
Além do posto de comando em Raqqa, afirmam ter destruido um posto de
comando e centro de comunicações em Aleppo e um campo de treino militar em
Idlib. Um posto de comando na província de Hama foi também destruído, afirmou o
comunicado do Ministério da Defesa.
Fontes oficiais sírias confirmaram a vaga de ataques e referiram que os alvos pertenciam todos ao Estado Islâmico.
Fontes oficiais sírias confirmaram a vaga de ataques e referiram que os alvos pertenciam todos ao Estado Islâmico.
A Rússia acredita ainda que as suas operações na Síria não irão durar mais
de três a quatro meses.
"Há sempre o risco de nos atolarmos mas, em Moscovo, estamos a falar de uma campanha de três a quatro meses", afirmou Alexei Pushkov, líder do Comité dos Negócios Estrangeiros do Parlamento russo, à radio francesa Europe
"Há sempre o risco de nos atolarmos mas, em Moscovo, estamos a falar de uma campanha de três a quatro meses", afirmou Alexei Pushkov, líder do Comité dos Negócios Estrangeiros do Parlamento russo, à radio francesa Europe
1.Apelo da coligação contra
"escalada"
A coligação internacional contra o Estado Islâmico exortou esta sexta-feira
a Rússia a suspender os seus ataques contra as forças da oposição, que irão
provocar uma "escalada no conflito sírio".
"Estas operações militares constituem uma nova escalada e mais não
farão que alimentar o extremismo e a radicalização", indica um
comunicado da coligação publicado no site do Ministério turco
dos Negócios Estrangeiros.
A coligação contra o EI agrupa sete países, incluindo a Turquia e a Arábia
Saudita e é liderada pelos Estados Unidos.
Esta noite aviões russos terão voltado a bombardear na Síria, alvejando
desta vez Qaryatain, uma cidade 130 Km a nordeste de Damasco conquistada pelo
grupo extremista Estado Islâmico em agosto.
Rami Abdulrahman, diretor da ONG. baseada em Londres, Observatório Sírio
para os Direitos Humanos (OSDH), confirmou o ataque, referindo não haver
certezas de que os aviões fossem russos.
"Guerra de informação"
De acordo com Moscovo os bombardeamentos russos visam o Estado Islâmico.
Parecem contudo concentrar-se em áreas controladas pelos rebeldes que se opõem
ao Governo sírio do Presidente Bashar al-Assad que a Rússia apoia.
Além de Raqqa, o grupo Estado Islâmico opera em Aleppo, mas tanto nesta
cidade como na província de Idlib as posições militares são controladas sobretudo
pelos rebeldes anti-Assad.
A Rússia está a ser acusada de atingir também alvos civis, tendo provocado
a morte de 28 a 36 pessoas desde o início dos ataques aéreos, na quarta-feira.
Moscovo nega e refere-se a estas acusações feitas pelos grupos rebeldes -
que Damasco considera "terroristas" - como "guerra de informação".
Os bombardeamentos russos estão a inquietar o Ocidente e deverão ser abordados
esta sexta-feira em Paris, numa reunião entre a Rússia, a França e a Alemanha,
com a Ucrânia, sobre a crise separatista ucraniana.
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