VATICANO «Ad Limina»: Papa falou aos bispos sobre necessidade de acolher refugiados por ECCLESIA | OCTÁVIO DO CARMO

VATICANO
«Ad Limina»: Papa falou aos bispos sobre necessidade de acolher refugiados
por ECCLESIA | OCTÁVIO DO CARMO
O cardeal-patriarca de Lisboa revelou no Vaticano que o
Papa e os bispos portugueses falaram da necessidade de
acolher os refugiados que chegam à Europa, numa
 coordenação de “esforços e de boas vontade."

D. Manuel Clemente falava aos jornalistas no final da série de encontros entre os membros do episcopado católico e Francisco, no âmbito da visita ‘ad Limina’ que se iniciou esta manhã (7.10).
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a hierarquia católica mostrou-se “completamente disponível” para responder ao desafio lançado pelo Papa, para que haja pelo menos “uma família” em cada paróquia que se disponha a acolher “uma família refugiada”.
“O Papa teve a ocasião de explicar o que é que pretende com o envolvimento das paróquias no acolhimento”, precisou D. Manuel Clemente.
Segundo este responsável, “nada melhor do que envolver directamente as famílias nesse acolhimento e acompanhamento, com o apoio depois de todas as estruturas”, uma ajuda que não passa necessariamente por receber estas populações em casa, mas por “garantir condições de alojamento e acompanhamento”.
O cardeal-patriarca de Lisboa insistiu na necessidade de “boa coordenação com todas as outras instâncias”, políticas e da sociedade civil, a todos os níveis.
“No que diz respeito às nossas famílias católicas, faremos todos os possíveis para estarmos com elas nesse sentido”, acrescentou. D. Manuel Clemente sustenta que este fenómeno vai originar alterações de fundo na sociedade portuguesa, bem como na europeia.
“A afluência à Europa de milhares e milhares de pessoas dum outro continente, doutras culturas, doutras civilizações, vai provocar uma profunda mudança na maneira como vemos e convivemos”, explicou.
Em relação ao discurso entregue pelo Papa aos bispos portugueses, o presidente da CEP admitiu que dele resulta a urgência de criar “itinerários juvenis” para o acompanhamento das novas gerações, num contexto em que as instituições estão “bastante enfraquecidas”.
Isso exige um “acompanhamento muito mais próximo” e propostas “mais entusiasmantes”, que não se limitem a grandes eventos. Segundo D. Manuel Clemente, o trabalho junto dos mais novos passa pelo “testemunho, pelo entusiasmo” com que os crentes fazem de Jesus Cristo uma “referência permanente” na sua vida. A “profunda mutação” da realidade social e religiosa em Portugal, acrescentou, desafia a Igreja Católica a encontrar “mecanismos de acompanhamento”
O Papa Francisco lamentava, no seu discurso, que algumas paróquias estejam “centradas e fechadas no «seu» pároco”, bem como o “vazio” na oferta paroquial de formação cristã juvenil pós-Crisma, que leva a uma “debandada” da juventude.

Segundo o presidente da CEP, há muitas comunidades que “procuram resposta” para estas situações, destacando o “esforço missionário” que envolve milhares de jovens em diversos campos. 

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