VATICANO «Ad Limina»: Papa falou aos bispos sobre necessidade de acolher refugiados por ECCLESIA | OCTÁVIO DO CARMO
VATICANO
«Ad Limina»: Papa falou aos bispos sobre necessidade de acolher
refugiados
por ECCLESIA | OCTÁVIO DO CARMO
Segundo o presidente da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a hierarquia católica mostrou-se
“completamente disponível” para responder ao desafio lançado pelo Papa, para
que haja pelo menos “uma família” em cada paróquia que se disponha a acolher
“uma família refugiada”.
“O Papa teve a ocasião de
explicar o que é que pretende com o envolvimento das paróquias no acolhimento”,
precisou D. Manuel Clemente.
Segundo este responsável,
“nada melhor do que envolver directamente as famílias nesse acolhimento e
acompanhamento, com o apoio depois de todas as estruturas”, uma ajuda que não
passa necessariamente por receber estas populações em casa, mas por “garantir
condições de alojamento e acompanhamento”.
O cardeal-patriarca de Lisboa
insistiu na necessidade de “boa coordenação com todas as outras instâncias”,
políticas e da sociedade civil, a todos os níveis.
“No que diz respeito às nossas
famílias católicas, faremos todos os possíveis para estarmos com elas nesse
sentido”, acrescentou. D. Manuel Clemente sustenta que este fenómeno vai
originar alterações de fundo na sociedade portuguesa, bem como na europeia.
“A afluência à Europa de
milhares e milhares de pessoas dum outro continente, doutras culturas, doutras
civilizações, vai provocar uma profunda mudança na maneira como vemos e
convivemos”, explicou.
Em relação ao discurso
entregue pelo Papa aos bispos portugueses, o presidente da CEP admitiu que dele
resulta a urgência de criar “itinerários juvenis” para o acompanhamento das
novas gerações, num contexto em que as instituições estão “bastante
enfraquecidas”.
Isso exige um “acompanhamento
muito mais próximo” e propostas “mais entusiasmantes”, que não se limitem a
grandes eventos. Segundo D. Manuel Clemente, o trabalho junto dos mais novos
passa pelo “testemunho, pelo entusiasmo” com que os crentes fazem de Jesus
Cristo uma “referência permanente” na sua vida. A “profunda mutação” da
realidade social e religiosa em Portugal, acrescentou, desafia a Igreja
Católica a encontrar “mecanismos de acompanhamento”
O Papa Francisco lamentava, no
seu discurso, que algumas paróquias estejam “centradas e fechadas no «seu»
pároco”, bem como o “vazio” na oferta paroquial de formação cristã juvenil
pós-Crisma, que leva a uma “debandada” da juventude.
Segundo o presidente da CEP,
há muitas comunidades que “procuram resposta” para estas situações, destacando
o “esforço missionário” que envolve milhares de jovens em diversos campos.
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