PORTUGAL Venda da TAP "representa fim de ciclo decisivo para proteger serviço público"
PORTUGAL
Venda da TAP "representa fim de ciclo decisivo para proteger
serviço público"
O presidente do PSD e
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que a privatização da TAP
protege o serviço público e acusou a Esquerda de ter um "programa
estrutural de reversão da economia", que apelidou de
"reviralho".
"Nós nos últimos anos fizemos reformas importantes. Ainda hoje, a
privatização da TAP, que será assinada pela Parpública, representa o fim de um
ciclo decisivo para Portugal para proteger o serviço público, pondo com dono
empresas que tinham um dono que não cuidava delas e por isso eram os
portugueses que pagavam os seus défices e os seus desmandos", afirmou
Pedro Passos Coelho.
Na
sequência desta afirmação, Passos afirmou: "Há quem diga que o Comité Central
do PCP não resistiu à CGTP, porque a CGTP precisava das empresas de transportes
para continuar a viver e precisava de voltar atrás em tudo o que foi a reforma
laboral e de contratação e negociação coletiva que nós decidimos para continuar
a sobreviver".
"Mas
se for assim, se é realmente isto que está em causa, se é reverter medidas
estruturais que nós fizemos ao mesmo tempo que tratávamos da emergência, então
o que se promete para o país não é o fim da austeridade nem a estabilidade na
vida dos portugueses, é um autêntico reviralho", declarou.
Na sua
conceção original, o "reviralho" designava a oposição à ditadura
saída do golpe de 28 de Maio de 1926 e que deu origem ao Estado Novo.
O líder
social-democrata introduziu esta questão ao dizer que a posição comum que
adotam PS, BE, PCP e PEV "não é apenas aumentar despesa e reduzir receita
para agravar as contas públicas, é também proceder ao maior programa estrutural
de reversão da economia portuguesa".
Segundo
Passos Coelho, o programa que a oposição promete aplicar se for governo "é
o reviralho, e o reviralho não está em condições de garantir a ninguém o
crescimento da economia, o progresso social e financiamento do Estado
social".
"Não
é com o reviralho que nós conseguiremos andar para a frente", acrescentou.
Ainda
referindo-se ao programa a aplicar por um eventual governo do PS, o líder
social-democrata considerou: "É uma falta de respeito pelos portugueses
que não têm dinheiro, que têm menos recursos, portanto, por um país pobre,
dizer-se: o que o senhor tem de ser rico, o que senhor tem é de gastar, são os
países que mais gastam e que mais ricos são os que mais crescem".
"Olhem-me
esta conversa. E dizem que andaram a fazer doutoramentos para fazer esta
conversa. Como é que os países pobres em todo o mundo não se lembraram disto?
Porque é que o Governo que nos antecedeu não se lembrou disto?", ironizou.
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