BANGLADESH ONU estima que 470 mil refugiados rohingyas precisam de abrigos
BANGLADESH
ONU
estima que 470 mil refugiados rohingyas precisam de abrigos
A delegação das Nações Unidas do
Bangladesh estimou hoje que cerca de 470 mil refugiados rohingyas precisem de
ajuda internacional urgente para abrigos.
© Lusa 14:37 - 24/09/17 POR LUSA BANGLADESH |
A estimativa inclui os membros desta
minoria que chegaram ao Bangladesh vindos da Birmânia tanto antes como depois
de 25 de agosto, quando eclodiu o último surto de violência contra esta etnia
muçulmana.
Fugindo de uma campanha de repressão
do exército birmanês, considerada uma limpeza étnica pela ONU, refugiados
rohingya têm atravessado a fronteira para o vizinho Bangladesh, inundando este
país pobre do sul da Ásia.
Segundo o documento hoje divulgado,
o total de refugiados rohingya chegados ao Bangladesh desde os últimos
episódios de violência ascende a 436 mil, ainda que nos últimos dias o
movimento na fronteira pareça ter-se reduzido.
De acordo com a ONU, os rohingya
vivem em "condições extremamente difíceis", a que se somam
"traumas severos" da violência que viveram na Birmânia.
Também hoje o Alto Comissário da ONU
para os Refugiados disse que o Bangladesh precisa de ajuda internacional
"massiva" para fornecer víveres e abrigos a estes refugiados.
Após visitar campos onde estes
refugiados se concentram, Filippo Grandi disse que assistiu a uma
"generosidade local incrível", mas que é necessária "uma ajuda
internacional massiva, financeira e material", já que estes refugiados
"precisam de tudo", nomeadamente água potável, abrigos, víveres e
instalações sanitárias.
Para tentar acelerar a distribuição
da ajuda entre os refugiados, o Governo do Bangladesh tem mandado elementos do
exército para os campos, para apoiar a construção de estradas para assegurar um
bom acesso aos acampamentos.
Além disso, as autoridades do
Bangladesh deram permissão a várias organizações não governamentais para operar
no país "por um período máximo de dois meses".
O início deste êxodo em grande escala
dos rohingya começou no dia 25 de agosto, quando um grupo insurgente atacou
essa minoria muçulmana contra a polícia birmanesa e as posições militares.
O Bangladesh concede estatuto de
refugiado apenas a uma parte pequena dos rohingyas, enquanto os restantes são
considerados birmaneses sem documentos.
"Queremos que voltem para as
suas terras", disse Amir Hossain Amu, ministro birmanês para a Segurança
Interna.
O Bangladesh tem estado a registar
os dados biométricos dos rohingya, num processo que ainda deverá demorar meses.
O Alto-Comissário da ONU para os
Refugiados disse também hoje que é preciso "ajuda técnica" para que o
Bangladesh consiga registar os rohingyas refugiados no seu território.
A líder birmanesa Aung San Suu Kyi
garantiu, na semana passada, que está "pronta" para organizar o
retorno daqueles refugiados, após verificação das suas identidades.
Na sexta-feira, as Nações Unidas
disseram que necessitam de 200 milhões de dólares (167 milhões de euros)
durante os próximos seis meses para enfrentar a "catastrófica" crise
humanitária dos refugiados rohingyas.
Em poucas semanas, o sul do
Bangladesh, que faz fronteira com a Birmânia, transformou-se num dos maiores
campos de refugiados a nível mundial, à medida que refugiados rohingyas fogem
da Birmânia.
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