VATICANO Papa na Audiência Geral: Colômbia, país de futuro
VATICANO
Papa na Audiência Geral: Colômbia, país de futuro
13/09/2017
09:32
Papa Francisco na Colômbia |
Cidade
do Vaticano (RV) – A viagem à Colômbia foi o tema da catequese do Papa
Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (13/09).
Aos
mais de 13 mil fiéis presentes na Praça S. Pedro, entre os quais muitos
brasileiros, o Pontífice recordou os momentos mais significativos de seus
quatro dias de permanência no país, citando primeiramente a acolhida que
recebeu das autoridades civis e eclesiásticas, mas de modo especial do povo
colombiano, que definiu “alegre, mesmo em meio a tanto sofrimento”.
“O
que chamou a minha atenção foi a multidão e os pais que erguiam os seus filhos
para que o Papa os abençoasse. Eles o faziam como para mostrar que este é o seu
orgulho, a sua esperança. Um povo que faz isso é um povo que tem futuro”,
afirmou Francisco.
Fazer o primeiro passo
O
Papa falou ainda do lema “Façamos o primeiro passo”, escolhido em referência ao
processo de reconciliação que a Colômbia está vivendo para sair de meio século
de conflito interno.
“Com
a minha visita, quis abençoar o esforço do povo, confirmá-lo na fé e na
esperança, e receber o seu testemunho, que é uma riqueza para o meu ministério
e para toda a Igreja”, disse.
Em
Bogotá, o Papa se reuniu com as autoridades, os bispos do país e também com o
Comitê do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), aos quais deu o seu
encorajamento pastoral. Na capital, Francisco dirigiu ainda sua saudação aos
jovens, dos quais pôde constatar o desejo de vida e de paz, “força de vida que
a própria natureza proclama com a sua exuberância”, afirmou Francisco,
recordando que a Colômbia é o segundo país mais rico em biodiversidade.
Villavicencio
Já
Villavicencio foi palco do momento culminante da viagem. A jornada na cidade
foi dedicada à reconciliação, primeiramente com a missa para a beatificação dos
mártires Jesús Emilio Jaramillo Monsalve e Pedro Maria Ramírez Ramos, e depois
com a Liturgia da Reconciliação.
A
beatificação dos dois mártires recordou que a paz é fundada também, e talvez
sobretudo, sobre o sangue de tantos testemunhos do amor. Para Francisco, ouvir
suas biografias foi comovente até as lágrimas, lágrimas de dor e de alegria.
Sobre a Liturgia da Reconciliação, o Papa mencionou de modo especial as
histórias narradas pelas testemunhas, que falaram em nome de muitas pessoas
que, a partir de suas feridas, com a graça de Cristo saíram de si mesmas e se
abriram ao encontro, ao perdão e à reconciliação.
Medellín
A
viagem depois prosseguiu em Medellín, onde a perspectiva foi a da vida cristã
como discipulado: “Quando os cristãos se empenham profundamente no caminho da
sequela de Cristo, tornam-se realmente sal, luz e fermento no mundo”, disse o
Papa, citando como exemplo os Lares que acolhem crianças desamparadas e as
vocações à vida sacerdotal e consagrada.
Cartagena
Por
fim, em Cartagena, a cidade de São Pedro Claver, apóstolo dos escravos,
Francisco falou do tema dos direitos humanos. O santo jesuíta, e mais
recentemente a Santa Maria Butler, demonstraram que dar a vida pelos mais
pobres é o caminho para a verdadeira revolução – aquela evangélica e não
ideológica – que liberta realmente as pessoas e as sociedades das escravidões
de ontem e, infelizmente, também de hoje.
Neste
sentido, explicou o Papa, “dar o primeiro passo” significa aproximar-se, prostrar-se,
tocar a carne do irmão ferido e abandonado, a exemplo de Jesus, que se
tornou escravo por nós. “Graças a Ele há esperança, porque Ele é a misericórdia
e a paz.”
Francisco
concluiu a catequese confiando novamente a Colômbia e o seu povo a Nossa Senhora
de Chiquinquirá. “Com a ajuda de Maria, cada colombiano possa dar todos os dias
o primeiro passo em direção ao irmão e à irmã, e assim construir juntos, dia
após dia, a paz no amor, na justiça e na verdade.”
Brasileiros na Praça
Após
a catequese, o Papa saudou os inúmeros grupos presentes na Praça. Os
brasileiros eram oriundos de Eunápolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Jundiaí,
Ribeirão Preto, Campo Limpo Paulista, Maceió, Alagoas. Havia também grupos da
Obra de Maria e da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Francisco
também expressou solidariedade às pessoas que foram afetadas pela enchente na
cidade italiana de Livorno.
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