PORTUGAL Dívida pública aumenta em julho e atinge valor mais alto de sempre
PORTUGAL
Dívida pública aumenta em julho e atinge valor mais alto de sempre
O boletim estatístico divulgado esta sexta-feira pelo Banco de Portugal
mostra que a dívida nacional continua a subir, ainda que o ritmo de crescimento
tenha abrandado.
Pelo segundo mês consecutivo, a dívida pública total aumentou para um
novo máximo histórico. Depois da descida em maio, os meses de junho e julho
trouxeram aumentos no saldo total de dinheiro devido por Portugal aos credores,
ainda que a comparação da dívida com o PIB seja mais favorável.
"[Em junho] a dívida pública situou-se em 249,2 mil milhões de
euros, aumentando 0,1 mil milhões de euros relativamente ao final de
junho", revela o Banco de Portugal no destaque estatístico publicado na
manhã desta sexta-feira.
"Esta variação reflete um aumento de certificados do
Tesouro e outros depósitos junto das administrações públicas em 0,6 mil milhões
de euros e emissões líquidas negativas de títulos no mesmo montante.
Adicionalmente, registou-se em julho um acréscimo de empréstimos no montante
0,1 mil milhões de euros, resultante do aumento de empréstimos junto de bancos
residentes, com destaque para o acordo assinado entre o Estado e o Banco
Santander Totta respeitante aos contratos de derivados com empresas públicas de
transportes (2,3 mil milhões de euros) e, em sentido contrário, do reembolso de
empréstimos do Fundo Monetário Internacional (1,8 mil milhões de euros)",
explica o Banco de Portugal.
O saldo tendo em conta a famosa 'almofada financeira' do Estado também
piorou, fruto de uma diminuição de 800 milhões de euros nos ativo em depósitos:
"A dívida pública líquida de depósitos da administração central registou,
assim, um acréscimo de 0,9 mil milhões de euros em relação ao mês anterior,
totalizando 230,3 mil milhões de euros". Este foi o quinto mês consecutivo
de aumento da dívida líquida, depois da queda registada em fevereiro; esta tendência
justifica-se com a estratégia de financiamento assumida pela Agência de Gestão
da Tesouraria e da Dívida Pública, baseada na venda de mais dívida a juros
baixos e da redução do dinheiro em caixa.
Ainda que a dívida total esteja a aumentar progressivamente, o
crescimento forte do PIB permite que a dívida em percentagem do PIB se afaste
de máximos históricos. A questão é puramente matemática e fácil de perceber:
enquanto o PIB aumentou 2,9% no segundo trimestre deste ano, a dívida aumentou
apenas 0,63% no mesmo período.
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