PORTUGAL Dívida pública aumenta em julho e atinge valor mais alto de sempre

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Dívida pública aumenta em julho e atinge valor mais alto de sempre
O boletim estatístico divulgado esta sexta-feira pelo Banco de Portugal mostra que a dívida nacional continua a subir, ainda que o ritmo de crescimento tenha abrandado.
11:16 - 01/09/17 POR BRUNO MOURÃO
ECONOMIA BDP

Pelo segundo mês consecutivo, a dívida pública total aumentou para um novo máximo histórico. Depois da descida em maio, os meses de junho e julho trouxeram aumentos no saldo total de dinheiro devido por Portugal aos credores, ainda que a comparação da dívida com o PIB seja mais favorável.
"[Em junho] a dívida pública situou-se em 249,2 mil milhões de euros, aumentando 0,1 mil milhões de euros relativamente ao final de junho", revela o Banco de Portugal no destaque estatístico publicado na manhã desta sexta-feira.
"Esta variação reflete um aumento de certificados do Tesouro e outros depósitos junto das administrações públicas em 0,6 mil milhões de euros e emissões líquidas negativas de títulos no mesmo montante. Adicionalmente, registou-se em julho um acréscimo de empréstimos no montante 0,1 mil milhões de euros, resultante do aumento de empréstimos junto de bancos residentes, com destaque para o acordo assinado entre o Estado e o Banco Santander Totta respeitante aos contratos de derivados com empresas públicas de transportes (2,3 mil milhões de euros) e, em sentido contrário, do reembolso de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (1,8 mil milhões de euros)", explica o Banco de Portugal.
O saldo tendo em conta a famosa 'almofada financeira' do Estado também piorou, fruto de uma diminuição de 800 milhões de euros nos ativo em depósitos: "A dívida pública líquida de depósitos da administração central registou, assim, um acréscimo de 0,9 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 230,3 mil milhões de euros". Este foi o quinto mês consecutivo de aumento da dívida líquida, depois da queda registada em fevereiro; esta tendência justifica-se com a estratégia de financiamento assumida pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, baseada na venda de mais dívida a juros baixos e da redução do dinheiro em caixa.

Ainda que a dívida total esteja a aumentar progressivamente, o crescimento forte do PIB permite que a dívida em percentagem do PIB se afaste de máximos históricos. A questão é puramente matemática e fácil de perceber: enquanto o PIB aumentou 2,9% no segundo trimestre deste ano, a dívida aumentou apenas 0,63% no mesmo período.

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