UCP/Saúde: Apoio paliativo domiciliário «é insuficiente» em Portugal
UCP/Saúde: Apoio paliativo domiciliário «é insuficiente» em
Portugal
27 de Setembro de 2017, às 17:25
“Os
anos que se avizinham vão ser extremamente difíceis para a prestação de
cuidados paliativos, com grande aumento de mortes causadas por cancro e
demência”, disse Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra e investigadora do King’s College London.
Num
comunicado enviado à Agência ECCLESIA, pelo Instituto de Ciências da Saúde
(ICS), ao qual pertence o OPCP, a investigadora realça que é necessário
“conhecer a realidade”, para começar a planear já, e no futuro “assegurar
melhores cuidados” que sejam acessíveis a todos que precisem na fase final da
vida.
Neste
contexto, informam que a aplicação ‘Perfis Regionais de Cuidados Paliativos’,
criada em 2016, foi atualizada para que cidadãos, profissionais de saúde e
apoio social conheçam a realidade no país e na sua região.
“O
trabalho realizado chama a atenção para o desfasamento entre as necessidades do
país e as equipas existentes”, realça a nota divulgando que a morte no
domicílio desceu de “30% (2004-2013) para 26% (2014-2015)”.
Bárbara
Gomes alerta que só existe em Portugal “uma equipa pública e três privadas” que
oferecem visitas domiciliárias à noite e ao fim de semana, e depois o apoio é
telefónico com cinco equipas a trabalharem 24 horas por dia e as restantes um
“horário de funcionamento normal ou no máximo até às 21h00”.
A
investigadora contabiliza ainda
que se passou de 22 para 26 equipas domiciliárias mas é “um aumento é pouco
expressivo” porque 14 das 25 regiões do país não têm qualquer equipa de
cuidados paliativos domiciliários e “em quatro regiões só existe uma equipa
para toda a região”.
A
aplicação “Perfis Regionais de Cuidados Paliativos” é interativa, gratuita e
está disponível no sítio online da Associação Portuguesa de Cuidados
Paliativos.
O
Observatório Português dos Cuidados Paliativos é uma rede universitária
interdisciplinar de investigadores, na dependência do Instituto de Ciências da
Saúde da Universidade Católica Portuguesa.
CB
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