VATICANO Papa reforça «tolerância zero» perante «pecado horrível» dos abusos sexuais
VATICANO
Papa reforça «tolerância zero»
perante «pecado horrível» dos abusos sexuais
21
de Setembro de 2017, às 12:06
Foto: Lusa
Francisco recebeu membros da Comissão Pontifícia
para a Proteção de Menores
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"TOLERÂNCIA ZERO"
O Papa Francisco reforçou hoje
o empenho da Igreja Católica numa política de “tolerância zero” perante o que
qualifica como “pecado horrível” dos abusos sexuais de menores.
“Permitam-me dizer com toda a
clareza que o abuso sexual é um pecado horrível, completamente oposto e em
contradição com o que Cristo e a Igreja nos ensinam”, referiu esta manhã, no
Vaticano, num discurso entregue aos membros da Comissão Pontifícia para a
Proteção de Menores.
Na intervenção preparada para
abertura da assembleia plenária anual deste organismo, o Papa sublinha que a
Igreja vai aplicar “as medidas mais firmes” aos que tiverem “abusado dos filhos
de Deus”, apelando a uma “proteção vigilante” das crianças, jovens e adultos
vulneráveis.
“A Igreja pretende aplicar, de
forma irrevogável e a todos os níveis, o princípio da tolerância zero contra o
abuso sexual de menores”, observa.
Francisco alude a vários
encontros com “vítimas e sobreviventes” de abusos sexuais, em Roma,
manifestando “profunda dor” por estas situações.
“O escândalo do abuso sexual é
verdadeiramente uma ruína terrível para a humanidade, que afeta crianças,
jovens e adultos vulneráveis em todos os países e em todas as
sociedades”, assinala, no discurso publicado pela sala de imprensa da
Santa Sé.
Também para a Igreja, realça o
Papa, esta foi “uma experiência muito dolorosa”.
“Sentimos vergonha pelos
abusos cometidos por ministros sagrados, que deveriam ser os mais dignos de
confiança”, confessa.
O presidente da Comissão Pontifícia
para a Proteção de Menores, cardeal O’Malley, e a irlandesa Marie Collins, um
dos membros fundadores que já abandonou a estrutura, falaram deste tema aos
bispos ordenados nos últimos 12 meses, num encontro que decorreu no Vaticano,
na última semana.
O pontífice entregou o seu
discurso aos presentes e dirigiu aos membros da comissão algumas palavras
improvisadas, reconhecendo que a Igreja agiu "tarde" nos casos de
abuso.
"Talvez a antiga prática
de transferir as pessoas, de não enfrentar o problema, tenha adormecido um
pouco as consciências", afirmou.
A Comissão Pontifícia
para a Proteção de Menores foi criada pelo Papa Francisco em março de 2014.
Ao longo destes anos,
desenvolveu um “modelo de diretivas” na proteção e salvaguarda das crianças,
adolescentes e adultos vulneráveis, bem como a proposta, aceite pelo Papa, de
criar uma Jornada Universal de Oração pelas vítimas dos abusos.
OC
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