Ambiente: «Tempo da Criação» uma iniciativa ecuménica Por P. Armando Soares


Ambiente: «Tempo da Criação» uma iniciativa ecuménica
António Guterres elogia compromisso ecológico do Papa»
O Papa Francisco, no dia 1 de setembro a decorrer, assinalou o início do ‘Tempo da Criação’, uma iniciativa ecuménica de oração e ação que se prolonga até à festa de São Francisco de Assis (4 de outubro).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o compromisso ecológico do Papa: “Obrigado, Sua Santidade, Papa Francisco, pelo seu apelo à ação climática. Precisamos de ações mais ousadas e vontade política mais forte para vencer a batalha contra a emergência climática”.
As Igrejas Cristãs promovem um mês de oração e ações concretas em defesa do ambiente. O Papa apelou a todos os católicos para que rezem com ele neste mês de setembro, pedindo que os políticos, cientistas e economistas se unam na proteção dos oceanos. Francisco defendeu estilos de vida sustentáveis, perante a “emergência climática”.

Setembro Tempo da Criação
Setembro é Tempo da Criação. Esta «é uma oportunidade preciosa que temos para interromper nossas rotinas diárias a fim de contemplar a teia de vida que nos une», como afirmaram os líderes religiosos que no ano passado convidaram para o Tempo da Criação.
 A data de início foi proclamada Dia de Oração pela Criação pelo Patriarca ortodoxo em 1989. Dois anos depois, uniram-se na mesma intenção as Igrejas Cristãs Europeias e, em 2015, a Igreja Católica também aderiu, estabelecendo o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
O bispo de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias, convidou as comunidades católicas a iniciativas de “conversão ecológica”. “O Planeta Terra faz soar os seus alarmes, merece atenção, precisa da solidariedade universal, do envolvimento de todos”, escreveu numa mensagem. “O debate público multiplica-se, promove-se o estudo e a proteção dos ecossistemas, luta-se por uma agricultura mais sustentável e diversificada, por uma gestão mais adequada dos recursos florestais e marinhos e da própria água potável”, elenca. O cuidado com a natureza “não pode ser apenas tarefa dos ecologistas”

Sínodo da Amazónia
O Tempo da Criação também tem uma forte conexão com o próximo Sínodo dos Bispos para a Amazônia que discutirá a ecologia integral.
O Movimento Católico Global pelo Clima e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) se unem a esta iniciativa do Dicastério, para viver o evento, colocando em prática a Laudato si.
O secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, Mauricio Lopez, afirmou que: “O Tempo da Criação é uma oportunidade para refletir sobre as maneiras em que amamos as culturas em todas as suas diversidades, especialmente a diversidade das comunidades na Amazônia. É uma oportunidade para amar o rosto de Deus e como se apresenta na Amazônia”.
Somos chamados a proteger a natureza, somos parte dela, temos a tarefa se sermos guardiões da criação e de desenvolvê-la.

Proteger a nossa Casa comum
O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, mons. Bruno Duffé, sublinha que “cuidar da Criação ajuda a proteger o legado que o Criador nos deu, uma herança essencial para o nosso bem-estar”. E recorda Papa Francisco na Laudato si’: “Isto impede-nos de considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera moldura da nossa vida. Estamos incluídos nela, somos parte dela e compenetramo-nos”.
Em entrevista à seção hispano-americana do Vatican News, o cardeal peruano Pedro Barreto Jimeno, vice-presidente da Repam, explicou que a Amazónia está no centro da iniciativa do Tempo da Criação, porque é uma realidade importante não só para as comunidades locais, mas também para toda a humanidade.
De fato, a Amazônia produz 20% do oxigênio do mundo. É uma região que absorve grandes quantidades de dióxido de carbono, tanto que é chamada de um dos pulmões do mundo. O purpurado enfatizou que com esta iniciativa, “queremos honrar a Deus Criador e proteger a sua criação, sua Casa comum que é a casa que Ele nos deu”.
Neste mês, a nossa irmã e Mãe Terra parece gemer e clamar, ou reagir como um animal ferido, e chama-nos à responsabilidade.

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