SACERDOTES mortos pandemia


SACERDOTES mortos pandemia
Papa lembra sacerdotes que morreram junto dos doentes durante a pandemia
Abr 9, 2020 - 17:50
Francisco presidiu à Missa da Ceia do Senhor no Vaticano, pela primeira vez, com «hino» ao sacerdócio
O Papa presidiu hoje no Vaticano à Missa da Ceia do Senhor, na qual recordou os sacerdotes que morreram junto dos doentes, durante a pandemia de Covid-19.
Numa homilia improvisada, na Basílica de São Pedro com cerca de duas dezenas de pessoas, Francisco prestou homenagem a todos os padres que “ofereceram a vida pelo Senhor, que são servos”.
“Nestes dias, morreram mais de 60 padres, na Itália, ao serviço dos doentes, nos hospitais”, indicou.
Na tarde de Quinta-feira Santa, em que a Igreja Católica assinala a instituição do sacerdócio, o Papa saudou estes “santos da porta do lado”, os padres que “servindo, deram a vida”, com médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde.
A homilia evocou ainda os capelães prisionais, os missionários que morreram longe da sua pátria, os sacerdotes anónimos, os padres das aldeias, que “conhecem as pessoas”, num elogio à “proximidade sacerdotal”.
“Hoje tenho-vos no meu coração e trago-vos ao altar”, disse a todos os padres.
Francisco recordou ainda os sacerdotes que são “caluniados”, insultados na rua, por causa da crise dos abusos sexuais de menores; os padres que sofrem com alguma crise interior;  os sacerdotes “pecadores”, para que não se esqueçam de “pedir perdão”.
“Precisam de pedir perdão e de perdoar. Todos somos pecadores”, insistiu.

O Papa citou a passagem do Evangelho segundo São João em que Jesus lava os pés aos seus discípulos, num gesto de serviço.
“Para entrar no Reino dos Céus, temos de deixar que o Senhor nos sirva”, observou, admitindo que é algo “difícil de compreender”.
“Não sejais teimosos, como Pedro, e deixai que vos lavem os pés. O Senhor é vosso servo”, pediu aos membros do clero.
Francisco defendeu a necessidade de um “coração grande de generosidade”, no perdão, recomendando que, quando não for possível dar o perdão sacramental, se ofereça a “consolação” de um irmão que deixa a porta aberta.
“Agradeço a Deus por vós, sacerdotes”, concluiu.
 Por motivos de saúde pública, durante a celebração não teve lugar o rito do lava-pés; já esta manhã tinha sido adiada a Missa Crismal, que o Papa espera vir a celebrar antes do Pentecostes (31 de maio) – caso contrário, acontecerá apenas em 2021.
Esta foi a primeira vez que Francisco presidiu à celebração da tarde de Quinta-feira Santa no Vaticano: em 2019, 2018, 2017, 2015 e 2013 esteve em prisões, tendo lavado os pés a pessoas de várias nacionalidades e confissões religiosas.
Em 2016, o pontífice lavou os pés a refugiados no centro de acolhimento de requerentes de asilo de Castelnuovo di Porto, a cerca de 30 quilómetros a norte do Vaticano, que recebe sobretudo jovens refugiados.
Já em 2014, a cerimónia de Quinta-feira Santa foi no Centro ‘Santa Maria della Provvidenza’, da Fundação Don Carlo Gnocchi, destinado à reabilitação de pessoas com deficiência e idosos, na periferia de Roma.


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