Fé e anúncio por ARMANDO SOARES


                                   
A mensagem de Jesus Cristo é sempre actual, penetra no coração da história e pode dar resposta às inquietações mais profundas de todo o homem. Por isso, a Igreja deve estar consciente de que “os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus.” (Bento XVI, Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini, 97). Isto exige, antes de tudo, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, “num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver” (Carta Apostólica Porta fidei, 8).
Um dos obstáculos ao impulso evangelizador é a crise de fé, em grande parte da humanidade, que, faminta e sedenta de Deus, também deve ser convidada e conduzida ao pão de vida e à água viva, como a Samaritana que vai ao poço de Jacó e dialoga com Cristo. No início, a mulher não entende, permanece no nível material, mas lentamente é conduzida pelo Senhor a realizar um caminho da fé que a leva a reconhecê-lo como o Messias.
O encontro com Cristo como Pessoa viva que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de partilhar com os outros a alegria desta presença e de a dar a conhecer para que todos a possam experimentar. É preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo voltar a descobrir a alegria de crer. O cristão é destinatário e ao mesmo tempo missionário do Evangelho.

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