Colaboração económica e social dos cristãos por ARMANDO SOARES
Colaboração ecuménica dos cristãos |
No
capítulo II, artigo 1, o decreto Ad
gentes do Concílio Vaticano II sobre a actividade missionária da Igreja,
dão se orientações sobre o testemunho cristão na obra da Igreja. A Igreja deve estar
presentes nos diferentes agrupamentos humanos espiritual e materialmente. Pela
Palavra e pelo testemunho das boas obras. A caridade é o maior anúncio da
mensagem de Cristo. Deus quer converter o homem todo, e por isso deve colaborar
para que este cresça integralmente: espírito, alma e corpo. Através da
educação, escolas a todos os níveis, saúde, promoção humana e cultural… Nos 13
anos em que leccionei no Ensino Secundário em Moçambique, senti-me tão
missionário como aquele que ia ordinariamente às comunidades fazer o anúncio da
Palavra. Aliás eu também o fazia na cidade. Mas a este propósito dou a palavra
ao decreto Ag gentes (cap II,1.12)
«Trabalhem
e colaborem os cristãos com todos os outros na recta ordenação dos problemas
económicos e sociais. Dediquem-se, com cuidado especial, à educação das
crianças e da juventude por meio das várias espécies de escolas, as quais
hão-de ser consideradas não só como meio exímio de formação e promoção da
juventude cristã, mas também, simultaneamente, como serviço da maior
importância para os homens, e em particular para as nações em vias de
desenvolvimento, a fim de elevar a dignidade do homem e preparar condições de
vida mais humanas. Além disso, tomem parte nos esforços dos povos que, lutando
contra a fome, a ignorância e a doença, se afadigam por melhorar as condições
de vida e por assegurar a paz no mundo. Nesta actividade prestem os fiéis, com
prudência a sua colaboração efectiva às iniciativas promovidas pelas
instituições particulares e públicas, pelos governos, pelos organismos
internacionais, pelas diversas comunidades cristãs e religiões não-cristãs.
A
Igreja, porém, não quer, de maneira nenhuma, imiscuir-se no governo da cidade
terrena. Nenhuma outra autoridade reclama para si senão a de, com a ajuda de
Deus, estar ao serviço dos homens pela caridade e pelo serviço fiel.
Intimamente
unidos com os homens na vida e no trabalho, os discípulos de Cristo esperam
oferecer-lhes o verdadeiro testemunho de Cristo e trabalhar na salvação deles,
mesmo quando não podem anunciar plenamente a Cristo. Porque não procuram o
progresso e a prosperidade material dos homens, mas promovam a sua dignidade e
fraterna união, ensinando as verdades religiosas e morais, que Cristo
esclareceu com a Sua luz. Deste modo, vão abrindo pouco a pouco o acesso mais
pleno a Deus. Assim, os homens são auxiliados na aquisição da salvação pela
caridade para com Deus e para com o próximo, e começa a brilhar o mistério de
Cristo, no qual apareceu o homem novo que foi criado segundo Deus (Ef 4, 24) e
no qual se revela a caridade divina».
Sejamos
discípulos de Cristo imbuídos do seu espírito e comprometidos na ajuda aos que
mais precisam para progredirem na verdadeira dignidade humana.
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