Que é o Natal? por ARMANDO SOARES



Nem tudo aquilo que fazemos no Natal, se enquadra na celebração dq festa.l.Nem tudo o que Mesmo muito cristãos comprometidos na Igreja, e com maior preparação, poderão andar longe do mistério do mistério natalício (Gálatas 4, 4-5). «Quando se cumpriu o tempo estabelecido, Deus enviou seu Filho nascido de uma mulher…»  No Natal temos de distinguir o que é principal e o que é secundário. O principal é o que dá sentido ao Natal. Perguntemos então quem é o Natal na Palavra de Deus e quem ou que coisas são para cada um de nós o Natal?
Na nossa sociedade o Natal tem outro sentido. O Natal devia ser para nós como uma voz que não podemos calar no nosso interior, como Alguém a quem amamos verdadeiramente e que não podemos ocultar aos outros, porque fazê-lo seria atraiçoar a nossa identidade, seria atraiçoarmo-nos a nós mesmos. À nossa volta vemos as pessoas em grandes preparativos “para as festas” que ocupam quase todo o nosso tempo, dedicação e o nosso coração. E é pena porque, como nos diz Jesus:”ali onde está e treu tesouro, ali estará o teu coração» Mt 6, 21.
Não é mau darmos um ambiente de festa e prepararmos o Natal, mas não podemos esquecer o verdadeiro sentido Natalício. O centro do Natal é uma Pessoa, é o nosso encontro pessoal com Cristo. Para Ele devemos voltar o nosso coração. Lamentavelmente no mundo em que vivemos, notamos no Natal os meios de comunicação social apostados no material. Listas de propaganda para consumir. Ansiedade por comprar muitas coisas para os nossos mais pequenos. Pessoas que mal se entendem na família, mas convertem o Natal numa “ceiade Natal”, aturdidos com múusica estridente em casa ou nas ruas, uma quantidade desmesurada de bons vinhos e de comida, que humilha os milhões de pessoas que no mundo passam fome.
Mas continua afirmando que se nos detemos e reflectimos, podemos voltar a dar-nos a oportunidade de retomar o caminho e celebrar o mais real e autêntico dos Natais, porque nos bastará encontrar-nos com Deus feito homem. Há muitas coisas que a criatividade humana inventa para fazer-nos crer que o Natal é isto ou aquilo e não o Senhor Jesus. No entanto assim como somos criativos nós, mais o é Deus.
Uma boa oportunidade se queremos deter-nos e voltar a viver um autêntico Natal, é a Missa da Meia – noite. Este é um dos lugares onde Deus pode tirar do mais fundo de nós mesmos “a certeza” da sua presença que sempre levamos dentro “mais íntimo que a nossa própria intimidade”. Certo que Ele tão pouco violenta a porta da nossa intimidade; é “paciente e humilde de coração’ e jamais se cansará de nos procurar, de nos amar e caminhar a nosso lado. Podíamos dizer que o Natal é descobrir que Ele está em nós e nós nEle e que já não existe poder sobre a terra que possa separar-nos, porque  Deus elegeu amar-nos para sempre.
Comercializado até ao extremo, uma boa festa de Natal exige uma reflexão profunda.“Atreveria a dizer-me que em muitos casos e em muitas famílias provoca a desunião, tristeza e angústia porque “não se pode ter tudo o que se deseja” e isto estimulado por frases como “faça suas compras de Natal com tempo” e muitas outras. Que absurdo parece tudo isto!, mas se não nos pomos a pensar no essencial e não saímos da mediocridade e superficialidade em que vivemos, celebrar o Natal será somente comprar, vender e consumir.
Peçamos a Deus a graça de nos darmos conta da nossa situação pessoal em toda esta reflexão e festejemos no Natal o encontro com Jesus. Então brotará  do nosso coração uma oração semelhante à de São Francisco de Assis:  “Tu és o bem, todo o bem, sumo bem,/ Senhor Deus, vivo e verdadeiro./ Tú és toda a nossa riqueza./ Tu és a nossa esperança, tu és a nossa fé. / Tu és a nossa vida eterna, grande e admirável Senhor, Deus omnipotente, misericordioso salvador .

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