Crise na Europa e a esperança (homenagem a Paul Ricoeur)
Ainda não acabámos com a
herança da violência e da última guerra. Nem com a dureza e a brutalidade do
sistema capitalista, que deu KO ao comunismo, ficando sem rival. É hoje a única
técnica de produção de riqueza, mas com um custo humano exorbitante. As
desigualdades, as exclusões são insuportáveis.
Estou um pouco tentado por uma
solução que se poderia dizer cínica…Penso que vamos conhecer na Europa
ocidental uma travessia no deserto extremamente dura. Porque já não somos
capazes de pagar o preço que os mais pobres do que nós pagam. A ascensão das
jovens economias asiáticas, concretamente a da China, supõe um custo que
seremos incapazes de suportar. Não só não queremos isso, mas não devemos
fazê-lo. Não vamos voltar aos tempos do trabalho infantil!... É por isso que eu
sou tão fortemente pró-europeu; só uma economia de grande dimensão permitirá à
Europa sair disto."
Homenagem a um filósofo que
versou e viveu numa situação que nos é
também presente e ferozmente angustiante também. Em DN, 18 de maio 2013.
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