ESTUPIDEZ As leis fundamentais da estupidez humana
Resumo-comentário de artigo publicado no DN, por ANSELMO BORGES 20 abril 2013
"As leis fundamentais da
estupidez humana" - é o título dum livrinho famoso, de Carlo Cipolla
(1922-200), que foi
historiador e Prof DA Universidade de Berkely. O nosso quotidiano está cheio de incidentes que
nos fazem "perder dinheiro, e/ou tempo, e/ou energia, e/ou o nosso
apetite, a nossa alegria e a nossa saúde", por causa de uma criatura
ridícula que "nada tem a ganhar e que realmente nada ganha em causar-nos
embaraços, dificuldades e mal". Ninguém percebe por que razão alguém
procede assim. "Na verdade, não há explicação ou, melhor, há só uma
explicação: o indivíduo em questão é estúpido."
Os estúpidos estão em todos os
grupos, pois "a probabilidade de tal indivíduo ser estúpido é independente
de todas as outras características desse indivíduo": segunda lei.
A terceira lei corresponde à
própria definição do estúpido: "É estúpido aquele que desencadeia uma
perda para outro indivíduo ou para um grupo de outros indivíduos, embora não
tire ele mesmo nenhum benefício e eventualmente até inflija perdas a si
próprio." A maioria dos estúpidos persevera na sua vontade de causar males
e perdas aos outros, sem tirar daí nenhum proveito. Mas há aqueles que não só
não tiram ganho como, desse modo, se prejudicam a si próprios: são atingidos
pela "super-estupidez".
A quarta lei diz: "Os não
estúpidos subestimam sempre o poder destruidor dos estúpidos. Em concreto, os
não estúpidos esquecem incessantemente que em todos os tempos, em todos os
lugares e em todas as circunstâncias tratar com e/ou associar-se com gente
estúpida se revela inevitavelmente um erro custoso." A situação é perigosa
e temível, porque quem é racional e razoável tem dificuldade em imaginar e
compreender comportamentos irracionais como os do estúpido. Schiller escreveu:
"Contra a estupidez mesmo os deuses lutam em vão."
Quinta lei: "O indivíduo
estúpido é o tipo de indivíduo mais perigoso." O corolário desta lei é:
"O indivíduo estúpido é mais perigoso do que o bandido." Porém,
quando entram em jogo os estúpidos, tudo muda: uma vez que causam perdas aos
outros, sem ganhos pessoais, "a sociedade no seu conjunto empobrece".
A capacidade devastadora do
estúpido está ligada, evidentemente, à posição de poder que ocupa. "Entre
os burocratas, os generais, os políticos e os chefes de Estado, é fácil
encontrar exemplos impressionantes de indivíduos fundamentalmente estúpidos, cuja
capacidade de prejudicar é ou se tornou muito mais temível devido à posição de
poder que ocupam ou ocupavam. E também se não deve esquecer os altos
dignitários da Igreja."
Então tudo isto me faz crer que
na hierarquia da Igreja há muitos estúpidos! É mesmo assim o mundo que
suportamos. Benvisto. Doutor…
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