VATICANO Cardeais contra “mudanças cosméticas” na Cúria


Reforma em curso

O GRUPO DOS OITO (G8) cardeais conselheiros do Papa está a orientar-se para fazer uma reforma da Cúria e não apenas retoques no documento oficial que define o seu funcionamento. Numa conferência de imprensa no último dia de consultas, à porta fechada, entre os 8 cardeais e o Papa, o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, precisou que a reforma do governo da Igreja, muitas vezes criticada pelo centralismo e opacidade, o papel da Secretaria de Estado (os serviços do “primeiro ministro”) e o papel dos laicos foram temas dominantes do “G8 da Igreja”, assim chamado numa referência ao grupo das oito maiores economias mundiais.
“A orientação assumida pelos cardeais não é apenas a de uma actualização da Constituição ‘Pastor Bonus’ (datada de 1988), mas uma nova Constituição, porque os cardeais não estão aqui para retocar, para mudanças cosméticas”, afirmou Lombardi.
“Trata-se de um projecto de uma Cúria que esteja ao serviço da Igreja universal e das Igrejas locais, respeitando o princípio da subsidariedade. Será uma nova configuração nos pontos importantes,” explicou.
Os oito cardeais “não estão em Roma para decidir transformar dois dicastérios (tribunais) num só, ou para dar um outro nome a uma instituição da Santa Sé”. Insistiu.

Sobre a Secretaria de Estado, muitas vezes vista como um verdadeiro Estado no Estado, o padre Lombardi explicou que, “no futuro, se deverá transformar, para todos os efeitos, num secretariado do Papa”. Os conselhos dos cardeais sobre esta questão são “úteis para o Papa, no momento em que se prepara para orientar o novo secretário de Estado”, Pietro Parolin, que assumiu o cargo a 15 de Outubro.

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