CRENTES E NÃO CRENTES Deus ainda tem futuro?
Crentes e não Crentes por Armando Soares
(resumo de artigo de Anselmo Borges em DN, 07.2.2015)
Deus ainda Tem Futuro? Deixo aqui o essencial das exposições de
Javier Monserrat, neurólogo e filósofo, no Fim de Semana em Valadares:
1 Deus revelou-se em Jesus
e a Ele também se revelou no livro da natureza. Ora, como fez Deus a natureza?
O único modo de sabê-lo é pela ciência e pela filosofia, e o que Deus disse em
Jesus deve estar em harmonia com o que disse na criação.
Frente ao dogmatismo religioso, surgiu o dogmatismo científico.
Com a mecânica quântica, a imagem do universo transformou-se,
passando-se assim da modernidade dogmática à modernidade crítica.
O teísmo é possível e o ateísmo também. Portanto, quando o teísta,
mesmo com argumentos que julga melhores - resposta à pergunta pela consistência
do universo que se mostra finito, à sua ordem a caminho da sensibilidade e da
consciência, ao princípio antrópico -, acredita em Deus, sabe que Deus poderá
não existir, e o ateu, apesar das suas razões para sê-lo, sabe, se for crítico,
que Deus poderá existir.
O silêncio de Deus apresenta-se numa dupla forma: a) perante o
conhecimento - o universo é um enigma e não é possível um saber claro quanto à
ultimidade da realidade: é verosímil que Deus exista, mas também é possível que
o mundo se auto-explique sem Deus; b) Deus está em silêncio perante o drama da
história e da perversidade do homem: o mal cego da natureza, os horrores
causados pela humanidade, a angústia perante a morte e o nada.
Todo o homem leva consigo esta angústia do silêncio de Deus,
sempre. O ser humano está de tal modo interessado na salvação que acreditou e
acredita no Deus oculto e libertador-salvador.
Estamos num mundo enigmático, onde se pode ser ateu mas também se
pode ser religioso. Dada a sua estrutura rácio-emocional, o homem tem uma
confiança de base, que, enquanto religioso, se explicita numa confiança radical
no mistério último, no Deus criador, oculto e salvador
Cristão é aquele que aceita o Deus que não vê e o drama que Jesus
vive na cruz, mas antecipando a salvação na ressurreição, a nova criação, na
plenitude da vida eterna de Deus.
Comentários
Enviar um comentário