DINAMARCA Cardeal-patriarca de Lisboa condena atentados «abomináveis»
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Cardeal-patriarca de Lisboa condena atentados
«abomináveis»
D. Manuel Clemente acompanhado pelo cardeal Júlio Langa, de Moçambique. Colégio Pontifícios Português, Roma (OC/Agência ECCLESIA) 15 de Fevereiro de 2015, às 15:24 |
D.
Manuel Clemente propõe pedagogia social para o diálogo e o respeito recíproco
Octávio Carmo, enviado da
Agência ECCLESIA ao Vaticano
Roma, 15 fev 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa
condenou hoje os recentes atentados em Copenhaga, capital da Dinamarca, que
classificou como “abomináveis”, e apelou ao diálogo entre as várias religiões.
“As maneiras de resolver os conflitos que surjam nunca são estas
– intimidar pessoas, fazer ataques terroristas e outras coisas do género que
são abomináveis, não são de maneira nenhuma aceitáveis ou justificáveis”,
declarou D. Manuel Clemente numa conferência de imprensa que decorreu no Colégio
Pontifício Português de Roma.
O novo cardeal considerou “trágico” que se multipliquem ataques
violentos na Europa, onde convivem “populações de várias etnias e tradições
culturais e religiosas”.
Este continente, acrescentou, é chamado a ser “uma grande sala
onde se encontram visitas de todo o lado e muitas não são visitas, são
residentes com igual cidadania”.
D. Manuel Clemente propôs um diálogo que parta da “base
irrenunciável” e “absolutamente inquestionável” dos Direitos Humanos para
“prevenir e resolver os conflitos”.
O cardeal português defendeu a promoção de uma “grande pedagogia
social” e permita que as pessoas “aprendam a respeitar-se”.
“Não podemos viver ao lado uns dos outros como se não
estivéssemos assentes nessa base de direito”, alertou.
O cardeal-patriarca de Lisboa foi ainda questionado sobre as
declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o qual apelou
este domingo aos judeus europeus a mudarem-se para Israel na sequência dos
atentados em Copenhaga contra a principal sinagoga da capital dinamarquesa, em
que morreram duas pessoas, entre elas um jovem judeu, e cinco ficaram feridas.
Segundo D. Manuel Clemente, uma saída dos judeus da Europa seria
um “enorme prejuízo”, até para Israel, e uma situação “muito negativa” para
toda a humanidade.
“Não podemos voltar cada um para o seu reduto”, sustentou,
convencido de que uma migração em massa dos judeus para Israel “não vai
acontecer”.
O cardeal-patriarca aludiu, em seguida, ao exemplo de diálogo e
de atenção à diferença por parte do atual Papa.
“O que é muito típico do Papa Francisco é diluir a fronteira
entre o eu e o outro”, precisou, durante o encontro com a imprensa portuguesa
que acompanhou o conclave no qual D. Manuel Clemente foi criado cardeal.
OC
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