VATICANO,
C AMPANHA
DA FRATERNIDADE Igreja e <estado| Eu
vim para servir
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2015-02-18
Rádio Vaticana
Mogi das Cruzes
(RV) - A Igreja Católica realiza, nessa quaresma, a 52ª edição da
Campanha da Fraternidade, com o tema Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema
‘Eu vim para servir’ (Mc 10,45). O cartaz mostra o significativo gesto do Papa
Francisco beijando os pés de uma pessoa, no rito do lava-pés.
Nesses anos, a
campanha seguiu três categorias de temas: os ligados à renovação interna da
Igreja, os relacionados a questões sociais (família, saúde, educação, trabalho,
ecologia) e os referentes a situações existenciais de grupos específicos e
excluídos da sociedade (menor, negro, mulher, juventude, indígenas).
Durante a
campanha, em todo o País, as comunidades e organismos da Igreja reflectem, de
forma capilar e popular, o tema proposto. O deste ano oferece como que uma
síntese dos anteriores, uma vez que trata da acção social da Igreja, com base
em sua Doutrina Social. O ponto de convergência entre Igreja e Sociedade é a
busca do bem comum e o esforço de se construir uma sociedade baseada em
princípios fundamentais como justiça, direito, paz, liberdade.
O Estado é
laico e a Igreja não reivindica para si privilégios, mas as pessoas que compõem
a nação têm suas crenças. A Igreja Católica, as outras igrejas cristãs e as
religiões não cristãs participam e contribuem na vida da nação, somando forças
com outros atores sociais, como os movimentos populares, sindicatos,
associações de bairro, partidos políticos, etc.
‘Eu vim para
servir’ são palavras de Jesus que embasam o serviço de caridade do cristão e da
Igreja, em três dimensões: assistencial, promocional e transformadora. A
assistência aos pobres é o socorro imediato a quem está privado do básico, como
a alimentação. A promoção humana contempla o aspecto educacional, permitindo
aos pobres sentirem-se cidadãos providos de dignidade, direitos e deveres. A
transformação social é meta que vislumbra mudanças das estruturas arcaicas e
deformadas que servem aos interesses de uma minoria historicamente privilegiada
e concentradora da riqueza da nação.
Uma sociedade
justa, democrática e sustentável será fruto de uma ação política, no sentido
amplo, em que o povo esteja presente por meio de instrumentos legítimos e
eficazes, de forma participativa e não só representativa. As pastorais sociais
da Igreja têm priorizado esse processo educativo de conscientização.
Assim, o texto
base da campanha da fraternidade conclama a um movimento para superação da
violência e construção da paz. Incentiva os conselhos paritários de
participação social e a participação na reforma política. Alerta para a
gravidade da degradação ambiental e a necessidade de políticas públicas de
defesa da natureza, especialmente na preservação da água.
Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo
diocesano, Mogi das Cruzes, 18 de fevereiro de 2015
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