VATICANO Francisco/2.º aniversário: Papa mantém atenção centrada nas «periferias» da humanidade
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Francisco/2.º
aniversário: Papa mantém atenção centrada nas «periferias» da humanidade
Papa Francisco abraça religioso perseguido durante o regime comunista na Albânia |
12 de Março de 2015, às 11:26
Milhões
de pessoas passaram pelo Vaticano e acompanharam as viagens internacionais
O Papa vai completar esta sexta-feira
dois anos de pontificado, marcados pela preocupação com as “periferias”
geográficas e existenciais da humanidade, que exigem respostas da Igreja e da
sociedade.
Francisco
tem apelado a uma Igreja “em saída” e atenta aos mais frágeis, centrando o seu
discurso, teologicamente, na “misericórdia” que renova as atitudes dos
católicos.
“O
povo de Deus tem necessidade de renovação, para não cair na indiferença nem se
fechar em si mesmo”, escreveu, na mensagem para a Quaresma de 2015
O
Papa defende a Igreja Católica tem de estar junto dos “marginalizados” e
rejeita a formação de uma “casta” que exclui quem sofre da vida eclesial, como
disse no último consistório, em fevereiro, durante a criação de 19 cardeais,
incluindo D. Manuel Clemente.
Este
“evangelho dos marginalizados” tem inspirado gestos e discursos do Papa em
várias áreas, com destaque para os temas ligados à defesa da vida e do
matrimónio, reafirmando a doutrina da Igreja Católica ao mesmo tempo que pede
atenção a cada situação particular.
Francisco,
primeiro pontífice a escolher este nome, mantém a sua residência na Casa de
Santa Marta, dentro do Vaticano, onde celebra diariamente uma Missa matinal, e
continua a deslocar-se em carros utilitários, apresentando-se como um “homem
normal”.
O
Papa tem mantido contactos com o seu predecessor, Bento XVI, que convidou a
participar em várias celebrações e do qual retomou reflexões que deram origem à
encíclica ‘Luz da Fé’, a única publicada durante o pontificado, esperando-se
que o próximo documento do género (os mais importantes assinados por um
pontífice), dedicado ao tema do ambiente, seja publicado nos próximos meses.
Francisco
tem mais de 19 milhões de seguidores na sua conta da rede social ‘Twitter’, um
número que aumenta todos os meses, e foi acompanhado por quase seis milhões de
pessoas no Vaticano, em 2014, durante diversas celebrações e encontros.
Estes
números aproximados deixam de foram os dados relativos às sete viagens
internacionais do pontificado (Brasil, Terra Santa, Coreia do Sul, Albânia,
Estrasburgo, Turquia, Sri Lanka/Filipinas) e às quatro viagens na Itália,
incluindo a ilha de Lampedusa e o cemitério militar de Redipuglia (para evocar
o centenário do início da I Guerra Mundial), para além de outras visitas a
paróquias na Diocese de Roma.
As
Filipinas acolheram a 18 de janeiro a maior celebração do atual
pontificado, junto ao estádio ‘Quirino Grandstand’, na área do Parque Rizal,
com o número de seis milhões de participantes, o que representa um recorde na
história da Igreja Católica.
Francisco
tem apelado à paz nas várias regiões do mundo afetadas por conflitos, assumindo
a defesa dos cristãos no Médio Oriente, perseguidos pelo autoproclamado ‘Estado
Islâmico’, e criticando quem justifica ataques terroristas com as suas
convicções religiosas, porque “não se pode fazer a guerra em nome de Deus”.
Após
os atentados de Paris, no início deste ano, o Papa afirmou que o uso da
liberdade de expressão exige a virtude da “prudência”, para evitar ofender o
outro e provocar reações violentas.
Outra
das suas preocupações tem sido a promoção do encontro entre gerações, tendo
mesmo afirmado que o abandono de pais e avós é um “pecado mortal”, em
particular numa Europa ameaçada por “doenças” como a “solidão” e as
consequências da crise económica e social.
Ainda
neste contexto, sustentou que a geração dos filhos deve ser responsável,
rejeitando a ideia de que “para ser bons católicos é preciso ser como os
coelhos” mas criticou quem pensa que ter mais filhos é “automaticamente” uma
“escolha irresponsável”.
Depois
de várias críticas a um sistema económico e financeiro injusto, que “mata”, o
Papa criticou no final de fevereiro os que se aproveitam do desemprego para
contratar funcionários por salários baixos.
O
futuro próximo inclui, além da nova encíclica e da assembleia ordinária do
Sínodo dos Bispos sobre a família, em outubro, viagens a Sarajevo, capital da
Bósnia-Herzegovina, à América Latina (Equador, a Bolívia e o Paraguai), Estados
Unidos da América (Filadélfia, para o Encontro Mundial das Famílias, e
Washington) e França. OC/ECCLESIA
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