PORTUGAL ASSEMBLEIA Da gaffe de Costa ao "senhor estampou-se". Foi assim o debate Primeiro-ministro abriu debate com referência a Sérgio Godinho. DR PARLAMENTO 29.01.2016 POR PEDRO FILIPE PINA Foi citando um verso de Sérgio Godinho que António Costa abriu o debate quinzenal desta sexta-feira, dedicado à modernização do Estado. Entre a recuperação do Simplex e anúncio de medidas por parte do primeiro-mi
PORTUGAL
ASSEMBLEIA Da gaffe de Costa
ao "senhor estampou-se". Foi assim o debate
Primeiro-ministro abriu debate com referência a Sérgio Godinho.
DR
PARLAMENTO 29.01.2016 POR PEDRO FILIPE PINA
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Foi citando um verso de Sérgio
Godinho que
António Costa abriu o debate quinzenal desta sexta-feira, dedicado à
modernização do Estado. Entre a recuperação do Simplex e anúncio de medidas por
parte do primeiro-ministro, o debate ficou marcado por uma ‘gaffe’ de António
Costa e pelo clima tenso entre a Esquerda e a Direita nas bancadas do
Parlamento.
Ferro
Rodrigues, presidente da Assembleia, ouviu protestos por lembrar a Passos
Coelho que já tinha ultrapassado o seu tempo. Mas o primeiro momento marcante
verificou-se de seguida e em duplicado: por duas vezes, Costa chamou
“primeiro-ministro” enquanto respondia a Passos Coelho,
O tema
era a modernização do Estado mas o esboço de
Orçamento para este ano e a carta de Bruxelas com dúvidas colocadas ao ministro
das Finanças, Mário Centeno, acabaram por tomar conta do debate.
Passos
Coelho recordou a posição da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), também
ela com dúvidas sobre o esboço, para dizer que esta "chamou mesmo à
atenção para a violação que só pode ser considerada grave de manipulação de
classificação de dados orçamentais". “Irrealismo”,
atirou ainda o líder do PSD.
António
Costa respondeu que a dúvida passava por classificar medidas como temporárias
ou estruturais, acrescentando que esta dúvida partia do Executivo anterior e
das informações que, durante os anos de troika, terá prestado a Bruxelas.
À
Direita, o CDS insistiu nas críticas, pela voz de Nuno Magalhães. "O
senhor estampou-se e, o que é mais grave, vai levar também o país a estampar-se.
Isso é que nos preocupa", afirmou. Como conta a Lusa, a metáfora não foi
acaso. Foi resposta do líder parlamentar centrista a Costa, que falou do CDS
como "o partido dos automobilistas".
Mas nem
PS nem António Costa ficaram sozinhas. Se a Direita criticava a Esquerda, a
Esquerda criticava a Direita. E a posição do PCP aproximou-se da do PS.
"As
preocupações de PSD e CDS têm a ver com outras questões - andou por ai muito contrabando.
Durante quatro anos, andaram a dizer aos portugueses que os cortes eram
temporários, mas à Comissão Europeia que eram definitivos. Esta manobra ficou
agora a descoberto, ficou claro que enganaram os portugueses", criticou
Jerónimo de Sousa.
Da
parte do Bloco de Esquerda, houve um pequeno ‘desvio’ geográfico, com Catarina
Martins a criticar a Comissão Europeia por não ter dito nada sobre o
"confiscar de bens dos refugiados" por parte Dinamarca. No entanto,
há "rondas de imprensa para atacar o esboço orçamental português".
Sobre o
défice, a posição da líder bloquista foi de garantia que, da parte do Bloco,
haveria disponibilidade para apoiar o Executivo no cumprimento das metas
previstas para o défice. Mas deixou a sua ressalva: "nenhum país tem as
contas em ordem quando as pessoas são pobres ou obrigadas a emigrar".
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