BIBLIA IMAGENS proibição de Deus, ou briga de imperadores e nunca Deus no meio?

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IMAGENS   proibição de Deus, ou briga de imperadores e nunca Deus no meio?
sábado, 12 de agosto de 2017
Vimos há dias noutra publicação deste semanário VIDA NOVA, n.155 de 16/07/17 que o Moisés seguiu como modelo e decalcou o código do Sinai dos Dez Mandamentos sobre códigos anteriores como o código de Hamurabi. 
Sabemos que na época da cativeiro no Egito os judeus eram escravos do Faraó. Escravo era obrigado a ter a mesma religião do seu senhor. Nessa hora os judeus não podiam ter outras imagens e outro culto, só as imagens e o culto do imperador, o faraó. Na verdade, desde o séc. XVI a.C. que o faraó dizia que ele era o deus vivo na Terra. O que fazer? Praticavam a sua fé às escondidas.
Aí, quando se viram livres e se juntaram a outros povos para se libertar do faraó, foi quando Moisés, o fundador do povo do deserto, tentou pôr em prática o modelo de Código de que ele tinha conhecimento. Porque Moisés “foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras”, como afirmou São Paulo. (At.7,22).
Seguindo o método do código de Hamurabi para dar uma organização ao povo, organizou também o Código dos 10 Mandamentos, e todo o Pentateuco, Toráh, ou Tanak. E como vinham acostumados a praticar a sua religião sem imagens, às escondidas, assim colocaram no código dos Mandamentos do Sinai.
Na verdade, Israel entrava em diálogo com os povos vizinhos tanto na religião como nas cosmologias. Neste sentido, são notórias as semelhanças entre o salmo 103, que fala da criação, e o hino ao deus Atón. 
No que concerne ao Gênesis é semelhante à epopeia de Gilgamesh, “quando o céu foi separado da terra”. E ainda coincidem no modo da criação das águas, as quais foram criadas antes do céu e da terra” (Gn.1,2). 
Também em muitos destes mitos antigos os inimigos da ação criadora dos deuses costumava ser representada sob a forma de serpentes.
Além  dos elementos históricos que estamos constatando, devemos ter presente a diferença entre a cultura egípcia e grega e a cultura hebraica no seguinte: egípcios e gregos davam mais importância ao primado da imagem sobre a palavra, da visão sobre a audição. 
Enquanto que a cultura hebraica dava mais importância ao primado da palavra sobre a imagem, audição sobre a visão.
Aliás, estas diferenças foram se inserindo nos primeiros cristãos, mas foram convivendo pacificamente tendo em conta que já no período dos reis de Israel, no templo de Salomão foram colocadas muitas imagens: de Anjos, querubins e bois e grinaldas e de figuras de leões (1Rs. 6,23-30).
Na verdade a noção de estética esteve sempre mais ligada à  tradição do cristianismo e teve o seu apogeu na Idade Média desenvolvendo mais o primado da imagem sobre a audição, o que a ciência veio confirmar, pois a pessoa humana aprende 75% mais com a imagem do que com a palavra, ficando dó 25% com a palavra. Daí veio o surto moderno do cinema, vídeos e videogames, e toda a exuberância da TV sobre a Rádio, e todos os meios audiovisuais usados em todas as palestras e em todos os cursos.
Os próprios invisuais transformam as imagens captadas pelos dedos em palavras no seu cérebro pelo método Braille.
No entanto, já no séc. VIII ocorreu no império bizantino um novo movimento chamado iconoclasta que agia perseguindo as pessoas que veneravam imagens e quebrando seus objetos devocionais. 
Esse movimento foi promovido pelo imperador Leão III, o Isáurico, que era de descendência árabe, de Marrocos. Foi quando ele fez a sua própria estátua para ser carregada em procissão pelas ruas no Cerco de 717, e proibindo outras imagens, igual o rei Faraó do Egito.
A partir daí ordenou a proibição de imagens e ordenou a sua destruição tanto nos Templos cristãos como nos Templos árabes.
Porém, em 780, a viúva de Leão IV, Irene do Oriente revogou as proibições e acabou com essa polêmica tanto no Oriente como para o Ocidente, o que foi depois confirmado pelo Concílio de Nicéia em 787 e depois de Constantinopla em 843.
Como vimos, sempre os imperadores no meio até esta data. Podemos então perguntar: Imagens – proibição de Deus, ou briga de imperadores e nunca Deus no meio?

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