INCÊNDIOS PSD (Passos Coelho) quer reforçar profissionalização do combate na Proteção Civil
INCÊNDIOS
PSD (Passos Coelho) quer
reforçar profissionalização do combate na Proteção Civil
O PSD vai apresentar
na próxima semana no parlamento iniciativas na área dos incêndios, que passam
pelo reforço da profissionalização do combate e por um sistema de concursos
para a seleção de dirigentes da Proteção Civil.
© Lusa 10:13 - 21/10/17 POR LUSA INCÊNDIOS |
Segundo os
sociais-democratas, este tipo de mecanismos de alerta dão sequência a uma das
recomendações avançadas pelo relatório da comissão técnica independente nomeada
para analisar os fogos de junho e podem "não só sensibilizar as pessoas
para a proibição de fazer fogo", como "alertar de forma rápida e
célere sobre medidas de autoproteção".
O presidente do PSD,
Pedro Passos Coelho, já defendeu na sexta-feira publicamente a implementação de
um sistema de concursos para a seleção dos dirigentes da estrutura operacional
da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), outra das medidas que o PSD
irá concretizar em forma de iniciativa legislativa.
"Creio que é
obrigatório estabilizar no futuro a forma transparente de fazer a seleção e o
recrutamento dos dirigentes dessa instituição. Portanto, seja ao nível dos
comandos distritais, seja ao nível do comando nacional, parece muito claro ao
PSD que tem de haver um concurso transparente, público, nacional",
sustentou, depois de uma visita a Tondela, um dos concelhos fustigados pelos
incêndios de 15 de outubro.
No capítulo da
formação e qualificação dos recursos humanos envolvidos no combate aos incêndios,
o PSD diz querer fazer "uma reflexão profunda" sobre o atual sistema
de forma a aumentar os efetivos através de "novos incentivos ao
voluntariado, sempre acompanhado de uma exigente formação dos voluntários"
e do "reforço progressivo do grau de profissionalização de
operacionais", outra das recomendações da comissão.
O PSD irá também,
como já se tinha comprometido, reapresentar, em relação às vítimas dos
incêndios do passado fim de semana, a proposta de um mecanismo extrajudicial de
indemnizações que tinha proposto para o caso de Pedrógão, entre outras que
medidas que "visam encontrar mecanismos rápidos de apoio financeiro às
empresas e famílias".
Pedro Passos Coelho
anunciou também na sexta-feira que o PSD irá solicitar a audição parlamentar da
comissão técnica independente para clarificar alguns pontos do relatório
divulgado recentemente.
O Governo reúne-se
hoje, a partir-se das 10:30, em Conselho de Ministros, numa reunião
exclusivamente destinada às questões dos incêndios e onde deverá aprovar um
reforço do envolvimento das Forças Armadas no combate aos incêndios, e uma
revisão do modelo de Proteção Civil, concentrando-a mais na defesa das pessoas
e povoações.
O Governo deverá
ainda adotar um mecanismo extrajudicial para, de forma célere e simples,
atribuir indemnizações aos familiares e herdeiros das vítimas dos incêndios de
junho e de outubro.
Esta medida, segundo
fonte do Governo, aplicará "as mesmas condições" para as mortes
ocorridas em junho nos incêndios de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e
para as mortes dos incêndios do passado domingo e de segunda-feira.
As centenas de
incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as
autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos
quais graves.
Os fogos obrigaram a
evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas
de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda
situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão
Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e
provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos.
Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste
fogo.
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