UNIÃO EUROPEIA UE: Projeto europeu deve assentar na «unidade» e no «valor inquestionável da dignidade humana» - D. Jorge Ortiga
UNIÃO EUROPEIA
UE: Projeto europeu deve assentar
na «unidade» e no «valor inquestionável da dignidade humana» - D. Jorge Ortiga
Foto: Lusa |
Arcebispo de Braga acompanha em
Roma o congresso «Repensar a Europa»
Cidade do Vaticano, 27 out 2017
(Ecclesia) – O arcebispo de Braga, e delegado da Conferência Episcopal
Portuguesa na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE),
destacou o contributo que a Igreja Católica e a matriz cristã podem dar para o
futuro do projeto europeu.
Em declarações esta sexta-feira à
Agência ECCLESIA, no âmbito do congresso ‘Repensar a Europa: contribuição
cristã para o futuro da União Europeia’, que a COMECE está a promover no
Vaticano, D. Jorge Ortiga salientou que a UE não pode ser “simplesmente um
território” ou “um espaço geográfico onde circula uma mesma moeda”
O contexto atual da União
Europeia, 60 anos depois da sua criação, é de “apreensão” e “ceticismo”, pelas
divisões e desafios que estão a surgir, e para o responsável católico este é o
momento certo para “parar e refletir”.
Até ao próximo domingo, o
congresso da COMECE vai contar com a participação do Papa Francisco e de mais
de 350 representantes dos vários Estados-membros, não só da Igreja Católica ou
das várias igrejas cristãs, mas também responsáveis políticos, deputados,
embaixadores e figuras do mundo académico e da sociedade civil.
“Creio que este encontro é uma
iniciativa muito feliz, oportuna, que poderá trazer ou não resultados imediatos
mas não deixará ficar as coisas na mesma”, apontou D. Jorge Ortiga, que espera
um debate assente numa “Europa diferente” e que sublinhe “a preocupação pela
unidade”, passando “das palavras aos atos”.
Quanto ao contributo da Igreja
Católica, o arcebispo de Braga admite que a matriz cristã poderá ajudar na
busca de um caminho novo.
“Teria sido fundamental se a
referência à matriz cristã tivesse mesmo sido consignada na origem da UE e
ficasse como um princípio norteador. Não o foi mas este encontro poderá ser uma
ajuda para reconhecer aquilo que é elementar para o funcionamento da vida da
Igreja, que é um apelo à unidade de todos, a partir de uma fraternidade e de um
reconhecimento efetivo da diferença, e por isso mesmo também da diversidade”,
sustentou o prelado.
Para o delegado de Portugal na
COMECE, no meio de realidades que pesam atualmente sobre a UE, como a crise de
refugiados, a Igreja Católica deve reafirmar a importância de buscar um projeto
europeu que tenha na “dignidade de todo e qualquer ser humano um valor insubstituível
e inquestionável”.
“Esta preocupação pela união
entre todos, que é possível e nós acreditamos nela, é um grande desafio que a
UE terá que aceitar”, completou.
De Portugal estão presentes
também em Roma, para o congresso ‘Repensar a Europa: : contribuição cristã para
o futuro da União Europeia’, Pedro Vaz Patto, presidente da Comissão Nacional
Justiça e Paz; o antigo ministro António Bagão Félix; e o eurodeputado José
Manuel Fernandes.
Ainda a antiga deputada Maria
Rosário Carneiro; do deputado João Poças Santos; do padre Manuel Augusto
Ferreira, superior geral dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus; de
Sofia Salgado Pinto, diretora da Faculdade de Economia e Gestão da UCP Porto;
de José Veiga de Macedo, vice-presidente da Federação Europeia das Associações
de Famílias Católicas; e do padre Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho
das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).
HM/JCP
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