SMBN Aos 100 anos o irmão Marçal partiu para Deus por P. Januário dos Santos e Hugo Anes

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Aos 100 anos o irmão Marçal partiu para Deus por P. Januário dos Santos e Hugo Anes

Fotografia do centésimo aniversário do Irmão Marçal
Foto Hugo Anes/Voz da Missão

O irmão António Maria Marçal, missionário Boa Nova (SMBN) que dedicou 70 dos seus 100 anos de vida à atividade missionária, faleceu, no passado dia 9 de outubro, no Lar de Santa Teresinha, em Cucujães.

Nascido em Izeda, na diocese de Bragança-Miranda, no dia 7 de julho de 1917, filho de Luís Maria Marçal e de Carolina Augusta, ambos lavradores, António Maria Marçal desde criança começou a ajudar os pais no pastoreio do gado e no amanho das terras. Dos pais recebeu uma educação cristã e participou no grupo paroquial da Ação Católica. Foi esta participação que lhe despertou a vocação missionária.

Entrou nos Seminário de Cucujães, no dia 28 de setembro de 1944 – tinha então 27 anos – como aspirante a Irmão. Percorridos três anos, a 15 de setembro de 1947 fez o Juramento à Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), sendo de seguida, enviado para Cernache do Bonjardim, para aí desempenhar as responsabilidades de ecónomo e hortelão. No ano seguinte, foi nomeado para a região de Nampula (Moçambique) e para lá partiu no dia 23 de novembro de 1948. Nas Missões de Malatane e Meconta, exerceu as suas responsabilidades com extraordinária dedicação, o que veio confirmar a sua vocação ao serviço missionário e aí realizou o Juramento Permanente aos Missionários da Boa Nova, a 15 de setembro de 1950.

Após a revolução de 1974 e com a consequente independência de Moçambique, a Igreja Católica (nas ex-colónias) começou a sofrer a perseguição e os missionários foram proibidos de

realizar o seu trabalho apostólico. Por esta razão, muitos missionários foram enviados para outros países e o mesmo aconteceria ao Irmão Marçal, que em dezembro de 1974, regressou a Portugal.

Estabeleceu-se em Cucujães e aí trabalhou até ao início de 1977, ano em que foi nomeado novamente para ir em missão – como era seu desejo – desta vez para o Brasil.

No Brasil, teve uma breve estadia no Alto Piquiri (Paraná), para depois seguir viagem até ao Mato Grosso do Sul, para a Missão de Sete Quedas. Aí, o Irmão Marçal formou com o Padre Joaquim Valente, uma comunidade exemplar vivendo em perfeita harmonia e realizaram juntos uma sólida obra de evangelização: construíram a Igreja, a residência paroquial, o centro catequético e o salão paroquial. O Irmão Marçal também teve um papel preponderante

na edificação de outras obras sociais muito importantes, como foi a construção do Lar de São Cristóvão e a Escola Imaculado Coração de Maria.

Em 2006, o Irmão Marçal regressou a Portugal. Embora acalentasse o desejo de voltar ao Brasil, viveu estes últimos anos entre Cernache do Bonjardim e Cucujães, até residir definitivamente no Lar de Santa Teresinha, onde faleceu na madrugada do dia 9 de outubro, com a bonita idade de 100 anos. As exéquias fúnebres do Irmão António Maria Marçal realizaram-se em Cucujães, no dia 10 de outubro, sendo a celebração presidida pelo Bispo Auxiliar do Porto, Dom António Augusto de Oliveira Azevedo, cerimónia na qual marcaram presença o Superior--geral da SMBN, o Padre Adelino Ascenso e a família Boa Nova: missionários, missionárias, seminaristas, leigas e amigos da SMBN. In Voz da Missão nov.2017