Jovens: chamados, apaixonados e enviados em missão Por P. Armando Soares


Jovens: chamados, apaixonados e enviados em missão
Foto: Santuário de Fátima
1.Não é necessário percorrer um longo caminho para tornar os jovens missionários. Um jovem que vai em peregrinação, por exemplo, ao Santuário de Fátima, para pedir ajuda à Virgem Maria e convida um amigo a acompanhá-lo, com este gesto tão simples ele está realizando uma preciosa ação missionária (Christus Vivit, 239).
Se soubermos ouvir o que o Espírito nos está dizendo, veremos que os jovens enriquecem quando superam a timidez e encontram a coragem de ir visitar as casas e os doentes, entrando assim, em contacto com a vida das pessoas. Aí descobrem, além de sua própria família e grupo, um horizonte mais amplo da vida. Ao mesmo tempo, sua fé e pertença à Igreja são fortalecidas. Missões juvenis, em várias formas de voluntariado, que geralmente são organizadas durante períodos de férias após um período de preparação, podem despertar uma renovação da experiência de fé e também abordagens vocacionais sérias (CV, 240)
Os jovens são capazes de criar novas formas de missão, nas mais diversas áreas. Por exemplo, uma vez que eles se movem tão bem nas redes sociais, podem falar de Deus, da fraternidade e do compromisso, nas suas mensagens  (CV, 241).

2.Os jovens precisam de ser respeitados na sua liberdade, «mas necessitam também de ser acompanhados» pelos adultos, pela família (242) e também pela comunidade. Isto implica compreensão, estima e afeto.
Os próprios jovens nos «descreveram» as caraterísticas que esperam encontrar num acompanhador: «ser um cristão fiel comprometido na Igreja e no mundo; uma tensão contínua para a santidade; não julgar, mas cuidar; escutar ativamente as necessidades dos jovens; responder com gentileza; conhecer-se; saber reconhecer os seus limites; conhecer as alegrias e as tribulações da vida espiritual».
Fundamental é a «relação com os idosos», que ajuda os jovens a descobrir a riqueza viva do passado, conservando-a na memória. Falando de «sonhos e visões», o Papa Francisco observa: «Se os jovens e os idosos se abrirem ao Espírito Santo, juntos produzem uma combinação maravilhosa: os idosos sonham e os jovens têm visões» (CV, 192); se «os jovens se enraizarem nos sonhos dos idosos, conseguem ver o futuro».

3. Apaixonados por Cristo, os jovens são chamados a testemunhar o Evangelho em toda parte com suas vidas.  Ser apóstolo não consiste em carregar uma tocha na mão, em possuir a luz, mas em ser a luz […]. O Evangelho, mais do que uma lição, é um exemplo. É a mensagem transformada em vida real» (CV, 175)
O valor do testemunho não significa que a palavra deve ser silenciada. Por que não falar sobre Jesus, por que não dizer aos outros que Ele nos dá a força para viver, que é bom conversar com Ele, que é bom meditarmos em suas palavras? Jovens, não deixeis o mundo arrastar-vos para compartilhar apenas coisas negativas ou superficiais.  Desejo que sintais no vosso coração o mesmo impulso irresistível que moveu São Paulo quando disse: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho” ( 1 Cor 9,16) (CV, 144).
A missão não é fácil. Alguns jovens deram a vida para não desacelerar o impulso missionário. Não espereis até amanhã para colaborar na transformação do mundo com vossa energia, vossa audácia e vossa criatividade (CV, 178), vossa dedicação e generosidade.

4.«Onde é que Jesus e a Igreja nos enviam? Não há limites. O Evangelho é para todos. Não é só para aqueles que parecem mais próximos, mais recetivos, mais acolhedores. Não tenhais medo de levar Cristo para todos os ambientes, para os subúrbios existenciais, mesmo para aqueles que parecem mais distantes ou mais indiferentes. O Senhor quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor” (Homilia na Missa da 28ª JMJ Rio de Janeiro – 28 de julho de 2013) 
Convida-nos a ir sem medo com o anúncio missionário, onde quer que estejamos e com quem quer que estejamos, no bairro, no estudo, no desporto, quando saímos com amigos, fazendo trabalho voluntário ou no trabalho quotidiano, compartilhai a alegria do Evangelho. É assim que o Senhor se aproxima de todos. Jovens, ele conta com vossa coragem e com vosso entusiasmo (CV, 177)
Somos enviados sobretudo aos pobres: “os pobres são evangelizados e os doentes são curados”. A Igreja que Jesus fundou é uma Igreja de ‘compaixão’ (cum+passio), com todos os que sofrem. E hoje temos um mundo que é um grande ‘hospital de campo’ cheio de violência, de cultura da morte, de falta de respeito pelo outro, e onde abundam ‘ideologias desumanas’ que desprezam o homem: violando seus Direitos e Valores e ‘descartando’ os que não produzem: crianças, velhos e doentes.   


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