PORTUGAL PRISCOS Presépio ao vivo conta com figurante muçulmana
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PRISCOS
Presépio ao vivo conta com figurante muçulmana
«Estamos
a trazer ao presépio gente com ideias diferentes, gente que não come à mesma
mesa que nós, mas que quer estar connosco. Eu acho fantástico. Isto é Natal.»
Foi de forma entusiástica que o padre João Torres, junto do arcebispo D.Jorge
Ortiga, inaugurou, no dia 21, o Presépio Vivo de Priscos, o maior da Europa e
que trará à pequena freguesia de Braga milhares de pessoas, até 11 de Janeiro.
Este ano através das catacumbas, a organização quis fazer uma denúncia à
perseguição religiosa e até convidou uma muçulmana para integrar a equipa de
600 figurantes dão vida ao evento.
«Temos
muitos grupos religiosos que vêm visitar o nosso presépio, mas é a primeira vez
que temos uma muçulmana que é figurante em todas as sessões do presépio. É uma
médica moçambicana que está cá a trabalhar e, depois de vários contactos,
aceitou o nosso desafio», confessou João Torres, sublinhando aimportância do “respeito
entre as religiões”, numa altura em que “os cristãos são perseguidos em mais de
cem países e, a cada cinco minutos, um deles morre devido à sua fé”.
Combater depressões
Neste
presépio de 30 mil metros quadrados, a organzação diz que cabem, assim, todas
as religiões, mas também os sonhos das pessoas. Muitos dos figurantes, que
estão distribuídos pelos 90 cenários, representam o que imaginavam ser um dia. “Já
houve quem chegasse e me dissesse: “Estou farto de ser pobre. Não consegue
arranjar um cenário onde seja rico? Então decidimos que vai ser rei durante
estes dias”, conta o pároco, sublinhando que o projecto serve, em muitos casos “para
ajudar as pessoas a saírem do seu estado depressivo”.
Alberto
Martins, um dos fundadores do presépio, confirma. Para este bracarense “a
convivência” é o melhor que leva. “Aqui as pessoas vivem dias felizes”, diz. No
seu caso, há cinco anos que veste o papel de um senador, uma personagem “não
muito bem tratada pelos visitantes”. “Quando percebem que representamos a
classe política, somos logo vistos como os maus da fita”, conclui.
«O que aconteceu há dois mil anos continua
a existir. Crianças em extrema pobreza, governantes que estão do lado dos
ricos, famílias a fugirem com medo»
«O que mais destaco é a convivência que se
cria durante todos estes dias. Sou um dos fundadores do presépio e a minha
família também participa.»
Um
figurante
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