IRAQUE MOSSUL EI As atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico em Mossul

IRAQUE
MOSSUL EI
As atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico em Mossul
Iraque: Mais de 100 corpos descobertos em vala comum a sul de Mossul 

Jihadistas estão a perder terreno para as forças iraquianas e 
coligação internacional. Membros do grupo terroristas estão a executar camaradas e civis e a tomar medidas para resistirem à aproximação dos inimigos
2016-11-11 Élvio Carvalho
Mossul. Blindados do exército iraquiano, depois de libertar mais uma aldeia no sul de Mossul (Fonte: Reuters)

À medida que as forças iraquianas e seus aliados recuperam a cidade de Mossul, Iraque, do controlo do Estado Islâmico, os jihadistas estão a tomar medidas para se protegerem, nomeadamente, a armazenar químicos para usar como armas e a executar civis que passam informações para o inimigo.
Fontes no terreno informaram as Nações Unidas que os jihadistas executaram,na terça-feira, 40 civis  por "traição e colaboração" com as forças iraquianas e um homem por usar um telemóvel, tendo os seus corpos sido pendurados em postes de eletricidade.
Segundo a porta-voz para os Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, uma vala comum com 100 corpos foi descoberta na localidade de Hammam al-Alil, zona onde os terroristas costumam concretizar execuções. Esta informaçãofoi avançada por fontes no terreno, incluindo um homem que se fingiu de morto após uma execução em massa.
Shamdasani disse, também, à agência Reuters, que no dia 6 de novembro, seis membros do grupo foram executados por desertarem do campo de batalha em Kokjali, perto de Mossul.
Todas estas execuções fazem parte de um conjunto de medidas que o Estado Islâmico está a tomar para tentar manter o controlo do que lhe resta de Mossul, uma das maiores cidades do Iraque, considerado o último bastião do EI no país, e onde ainda residem 1,5 milhões de pessoas.
Vários civis residentes na cidade já tinham afirmado à Reuters, na quinta-feira, que vários corpos crucificados tinham sido colocados em público como forma de intimidação. Há também relatos de um reforço da ação da polícia religiosa Hisba, que patrulha as ruas em busca de infratores às leis islâmicas.
A Hisba exige que as mulheres andem cobertas, medem o tamanho da barba dos homens e procuram fumadores.
Parece que querem demonstrar a sua presença, depois de terem desaparecido nos últimos 10 dias, especialmente na parte este”, afirmou um residente à Reuters, que não quis ser identificado.
As Nações Unidas informam que, para se preotegerem, os jihadistas colocaram “filhos do califado”, possivelmente adolescentes e rapazes jovens, nas ruas da parte antiga da cidade armados com coletes de explosivos. A organização acredita, também, que o EI está a armazenar grandes quantidades de
amoníaco e enxofre, que estão a ser colocadas em partes da cidade, para serem usadas como armas químicas.
Há, ainda, relatos de que mulheres raptadas pelo EI estão a ser entregues aos jihadistas do grupo para acompanharem as colunas militares.

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