SUDÃO DO SUL Unicef diz que 17 mil crianças-soldado participam da guerra no Sudão do Sul
SUDÃO DO SUL
Unicef diz que 17 mil crianças-soldado participam da
guerra
Pelo
menos 17 mil crianças sul-sudanesas foram recrutadas como
soldados
pelas facções armadas no Sudão do Sul nos três anos de guerra civil que
assola
o país, denunciou nesta quinta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância,
Unicef.
Só
em 2016, foram recrutados 1.300 menores de idade, apesar do acordo de paz
assinado
em 2015 entre as forças do governo do presidente Salva Kiir e a oposição
armada,
liderada por Riek Machar, que se comprometeram a não alistar crianças,
indicou
o Unicef em comunicado.
Além
disso, o fundo da ONU denuncia que milhares de crianças foram assassinadas,
sequestradas
e sofreram abusos sexuais.
"Desde
o primeiro dia do conflito, foram as crianças que mais sofreram o impacto
devastador
das violações de direitos", disse a diretora regional do Unicef para a
África
Oriental
e Meridional, Leila Gharagozloo-Pakkala, citada na nota.
Segundo
Leila, as crianças continuam sendo obrigadas a empunhar armas "na medida
em
que os combates se intensificam" e apesar dos "muitos pedidos de
todos para que
se
ponha um fim ao recrutamento de crianças".
Nos
último 45 dias, a ONU "documentou o sequestro e recrutamento de pelo menos
50
crianças na região do Grande Nilo Superior, e há relatos, ainda não
verificados, de
que
pelo menos outros 50 poderiam ter sido recrutados na região de Bahr el
Ghazal",
diz
a nota do fundo.
Essas
violações também afetam outras regiões como os estados de Equatoria.
Além
disso, o Unicef indica que, em 2015, o exército e as milícias libertaram 1.932
crianças
e que este ano desmilitarizaram 177.
Além
do recrutamento nas fileiras das forças armadas, o Unicef denuncia que, desde
2013,
2.342 menores foram assassinados, 3.090, sequestrados e 1.130 agredidos
sexualmente.
Além disso, foram registrados 303 ataques a escolas e hospitais.
Além disso, foram registrados 303 ataques a escolas e hospitais.
O
fundo das Nações Unidas advertiu que "a insegurança permanente, combinada
com
uma
crise econômica que impulsionou a inflação para mais de 800%, também causou
uma
situação de insegurança alimentar generalizada, na qual a desnutrição entre as
crianças
alcançou níveis extremos na maior parte do país".
"A
maior preocupação do Unicef é que, com a perspectiva de um aumento das
hostilidades
e atrocidades, o sofrimento que as crianças suportam não terá fim",
concluiu
Leila.
A
guerra no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013 depois que o presidente
Salva
Kiir (de etnia dinka), acusou o ex-vice-presidente Riek Machar (da etnia rival
nuer)
de ter organizado um golpe de Estado contra ele, dois anos depois do
nascimento
do país como Estado independente.
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