VATICANO Francisco; mensagem e bênção urbi et orbi
VATICANO
Francisco; mensagem e bênção urbi et orbi
25/12/2016 16:37 Vaticano. Bênção do Papa Francisco URBI ET ORBI. |
No dia 25.12.2016, solenidade do Natal do Senhor, como programado,
as 12 horas de Roma, o Papa Francisco concedeu, da Varanda Central da Basílica
de S. Pedro, repleto de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da
Itàlia e do mundo, a tradicional mensagem e a bênção natalícia “Urbi et Orbi”.
Hoje, afirmou Francisco, a Igreja revive a maravilha sentida pela
Virgem Maria, São José e os pastores de Belém ao contemplarem o Menino que
nasceu e jaze numa manjedoura: Jesus, o Salvador, o Conselheiro Admirável,
Pai-Eterno e Príncipe da Paz anunciado pelo profeta Isaías(Is 9,5).
O poder deste Menino, Filho de Deus e de Maria, disse o
Santo Padre, não é o poder deste mundo, baseado na força e na riqueza; é o
poder do amor. É o poder que criou o céu e a terra, que dá vida a toda a
criatura: aos minerais, às plantas, aos animais; é a força que atrai o homem e
a mulher e faz deles uma só carne, uma só existência; é o poder que regenera a
vida, que perdoa as culpas, reconcilia os inimigos, transforma o mal em bem. É
o poder de Deus. Este poder do amor levou Jesus Cristo a despojar-Se da sua
glória e fazer-Se homem; e levá-Lo-á a dar a vida na cruz e ressurgir dentre os
mortos. É o poder do serviço, que estabelece no mundo o reino de Deus, reino de
justiça e paz.
“Por isso, o nascimento de Jesus é acompanhado pelo canto dos
anjos que anunciam: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens do
seu agrado» (Lc 2, 14).
Hoje este anúncio percorre a terra inteira e quer chegar a todos
os povos, especialmente aos povos que vivem atribulados pela guerra e duros
conflitos e sentem mais intensamente o desejo da paz”.
Neste sentido, o Papa augurou Paz aos homens e mulheres na
martirizada Síria, onde já demasiado sangue foi versado. Sobretudo na cidade de
Alepo, cenário nas últimas semanas de uma das batalhas mais atrozes, e onde,
acrescenta, é tão urgente assegurar assistência e conforto à população civil
exausta, respeitando o direito humanitário. É tempo que as armas se calem
definitivamente, e a comunidade internacional se empenhe ativamente para se
alcançar uma solução negociada e restabelecer a convivência civil no país.
Paz às mulheres e homens da amada Terra Santa, eleita e predileta
de Deus. Israelitas e palestinenses tenham a coragem e a determinação, disse o
Santo Padre, de escrever uma página nova da história, onde o ódio e a vingança
cedam o lugar à vontade de construir, juntos, um futuro de mútua compreensão e
harmonia. Possam reencontrar unidade e concórdia o Iraque, a Líbia e o Iémen,
onde as populações padecem a guerra e brutais ações terroristas.
“Paz aos homens e mulheres em várias regiões da África,
particularmente na Nigéria, onde o terrorismo fundamentalista usa mesmo as
crianças para perpetrar horror e morte. Paz no Sudão do Sul e na República
Democrática do Congo, para que sejam sanadas as divisões e todas as pessoas de
boa vontade se esforcem por embocar um caminho de desenvolvimento e partilha,
preferindo a cultura do diálogo à lógica do conflito”.
Paz às mulheres e homens que sofrem ainda as consequências do
conflito no leste da Ucrânia, onde, disse o Papa, urge uma vontade comum de
levar alívio à população e implementar os compromissos assumidos.
Francisco, referindo-se ao seu continente latino-americano,
invocou, antes de mais, concórdia para o querido povo colombiano, que, disse,
anela realizar um novo e corajoso caminho de diálogo e reconciliação. Tal
coragem anime também a amada Venezuela a empreender os passos necessários para
pôr fim às tensões atuais e edificar, juntos, um futuro de esperança para toda
a população.
Paz para todos aqueles que, em diferentes áreas, suportam
sofrimentos devido a perigos constantes e injustiças persistentes. Possa o
Myanmar consolidar os esforços por favorecer a convivência pacífica e, com a
ajuda da comunidade internacional, prestar a necessária proteção e assistência
humanitária a quantos, delas, têm grave e urgente necessidade. Possa a
Península Coreana ver as tensões que a atravessam superadas num renovado
espírito de colaboração.
Paz para quem perdeu uma pessoa querida por causa de brutais atos
de terrorismo, que semearam pavor e morte no coração de muitos países e cidades.
Mas sobretudo, acrescentou o Pontífice, Paz – não em palavras, mas real e
concreta – aos nossos irmãos e irmãs abandonados e excluídos, àqueles que
padecem a fome e a quantos são vítimas de violência. Paz aos deslocados, aos
migrantes e aos refugiados, a todos aqueles hoje são objeto do tráfico de
pessoas. Paz aos povos que sofrem por causa das ambições económicos de poucos e
da avidez insaciável do deus-dinheiro que leva à escravidão. Paz a quem suporta
dificuldades sociais e económicas e a quem padece as consequências dos
terremotos ou doutras catástrofes naturais.
Finalmente, no espírito do Menino Jesus, Francisco desejou Paz às
crianças, neste dia especial em que Deus Se faz criança, sobretudo àquelas
crianças privadas das alegrias da infância por causa da fome, das guerras e do
egoísmo dos adultos.
“Paz na terra a todas as pessoas de boa vontade, que trabalham
diariamente, com discrição e paciência, em família e na sociedade para
construir um mundo mais humano e mais justo, sustentadas pela convicção de que
só há possibilidade dum futuro mais próspero para todos com a paz”.
E Francisco saudou aos presentes advertindo mais uma vez que «Um
menino nasceu para nós, um filho nos foi dado»: é o «Príncipe da Paz».
Acolhamo-Lo!
Após a recitação da oração e a benção Urbi et Orbi, Francisco dirigiu mais uma vez, ao milhares de
fiéis e peregrinos congregados na Praça de S. Pedro, provenientes de diversas
partes do mundo, e a quantos, disse, estão unidos connosco em
vários países através do rádio, televisão e outros meios de comunicação, os
seus cordiais votos para que neste dia de alegria, todos possamos
recordar de sermos chamados a contemplar o Menino Jesus, que devolve a
esperança a todo o ser humano sobre a face da terra. Com a sua graça, demos voz
e demos corpo a esta esperança, testemunhando a solidariedade e a paz. Feliz
Natal para todos!
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