JUVENTUDE/dignidadepolítica Precisamos reabilitar a dignidade da política, diz jovem político católico


JUVENTUDE/dignidadepolítica
Precisamos reabilitar a dignidade da política, diz jovem político católico
VATICAN News
10.04.19
Por Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Em andamento desde quarta-feira, 10, em Marianela, no Paraguai, o “Encontro de católicos com responsabilidades políticas” a serviço dos povos do Cone Sul. O encontro que se concluiu na sexta-feira, 12, reuniu cerca de 80 políticos católicos da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. A iniciativa é do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) e da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), e colocou frente a frente políticos e bispos, num diálogo aberto e sincero para “conversar sobre a atuação do político”. No início dos trabalhos, foi apresentado um vídeo do Papa Francisco de 2017 onde falava sobre a política, diferenciando-a de “politicagem”, que é quando o exercício da política está a serviço da degradação das pessoas.
Presentes entre outros,  o cardeal Rubén Salazar Gómez, arcebispo de Bogotá e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), o cardeal Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e o Dr. Guzmán Carriquiry, secretário do mesmo organismo, Dom Oscar Ojea, presidente da Conferência Episcopal Argentina, o professor Rodrigo Guerra, membro do Dicastério da Santa Sé para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral e o Sr. José Antonio Rosas, Diretor do Académico de Formação de Líderes Católicos.
Do Brasil, participou entre outros o jovem vereador de Porto Alegre Matheus Ayres (PP), que traçou um panorama do primeiro dia de trabalhos:
Ouça o vereador Matheus
Hoje nós tivemos um momento muito especial com o Núncio Apostólico no Paraguai. Ele, com palavras muito simples, mas ao mesmo tempo muito profundas e que realmente desacomodaram quem aqui estava, e nos disse entre tantas coisas interessantes, que o bom católico deve se envolver na política, não lavar as suas mãos. Esse é o desejo da Igreja e do Papa Francisco, deixando muito claro que esta missão é dos leigos. Relembrou também a importante conferência que o Papa emérito Bento XVI, ainda em 2000, deu ao Celam, quando então ele motivou para que o clero, a Igreja, estimulassem os leigos, não por partidos políticos, ou mesmo ideologias, muito menos se fazendo candidatos, mas que fortalecessem aqueles leigos das comunidades que quisessem entrar neste mundo de serviço. Os valores que nos alimentam, que nos formam, existem para que possamos servir melhor as pessoas. Por isso, a importância de estarmos prontos para servir, para trabalhar, (estar) à disposição, mas também para se formar. Porque nós não podemos ser no mundo medíocres nem médios. O mundo merece o nosso melhor. Por isso a importância do formar-se. Mas também não ficar estagnados na formação. Formação e serviço, serviço e formação. A política também é um sacrifício e é uma entrega. Ela tem um sacrifício que é só dela. O Papa Francisco nos disse: nós precisamos ordenar o serviço, nos ensina o Papa Francisco. Ordenar para servir e não para trabalhar para nós mesmos, algo que faz com que a dignidade da pessoa humana seja degenerada. O Papa Francisco falou em politicagem. Esta é a politicagem, quando o exercício da política está a serviço da degeneração das pessoas. Nós precisamos reabilitar a dignidade da política, dos políticos.
Papa Francisco, depois o núncio apostólico, e outros cardeais que tomaram a palavra, nós fomos convidados ao diálogo, aonde então os cardeais, os bispos, os leigos, num momento muito aberto e muito fraterno, pudemos conversar sobre a atuação do político, sobre a formação do político e o papel também da Igreja, Mãe, como uma grande mestra deste novo encantamento que nós precisamos ter em relação à política”.
Na infância e juventude, Matheus Ayres estudou nos Colégios Presidente Roosevelt e Nossa Senhora de Lourdes em Porto Alegre. Desde a adolescência despertou para a liderança e para temas relacionados ao bem comum, interesses que se manifestavam no relacionamento aberto com diretores, coordenadores e professores, e na condição de líder de turma e integrante do Grémio Estudantil. Durante estes anos, sempre ecoava dentro dele uma pergunta: “o que posso fazer para construir um mundo melhor?”. Foi quando participou de grupos de jovens (CLJ e EJC) e de movimentos da Igreja Católica (RCC e Comunidade Paz e Mel), quando esse questionamento se transformou numa missão, a de amar e servir ao próximo, como escreve no boletim informativo “Diálogo, Esperança, Trabalho”, uma prestação de contas de sua atuação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.


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