Pensar o homem ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA: Que é o homem?
Em antropologia teológica, Adolfo Gesché envolve-se no mistério do homem. Não é fácil responder à pergunta “Que é o homem?” O Autor agarra-se ao pensamento secular e à cultura contemporânea e coloca as interrogações contemporâneas numa locução de diálogo com a teologia.
A contemporaneidade pretende dizer que um mundo sem Deus é um mundo mais humano. Mas põe-se o dilema: ou o homem ou Deus. Eliminando Deus. e falando da «morte de Deus», onde encontrar um fundamento para a dignidade do homem? A «morte de Deus» será também a «morte do homem». Devemos ter uma visão coerente do homem como objecto privilegiado do amor de Deus, a única criatura chamada por Deus a participar da sua vida divina.
Por isso, toda a obra de Gesché é um discurso do homem e sobre o homem que fala de Deus na fé. A leitura das obras de Gesché faz-nos aperceber que ele parte de um homem na sua situação “real”, contingente, mau, sujeito à morte e à fatalidade mas iluminado pela superabundância da graça que é a salvação.
Em cinco capítulos, desenvolve este itinerário:“um excesso para pensar no homem”; “questões prévias sobre o ‘enigma’ do homem; a questão do homem: do enigma à identidade; o dom duma resposta em excesso: criação, soteriologia e escatologia como chave da abóbada da antropologia teológica; e finalmente, “para uma valorização crítica”. Com notas para esclarecer melhor a posição de autores.
Adolfo Gesché. nasceu numa família burguesa (1928-2003), de pai alemão e mãe francesa. Seu pai pertencia aos racionalistas. No ambiente familiar havia tolerância e gosto pela leitura com obras abundantes. Nela coexistiam autores “sulfurosos”: Anatole France, Renan, Proust com outros mais “luminosos: Bernanos, Claudel, Péguy,..
No 2º ano de licenciatura em Lovaina, decidiu ser sacerdote, considerando ser uma desdita para os homens não conhecer a Deus. Foi ordenado em 1955, capelão militar e trabalho pastoral para crentes e não crentes. Em Lovaina, faz a licenciatura em teologia Depois lançou-se a numerosos trabalhos de investigação, sendo professor do Seminário de Malines. Como professor, era um homem original desdobrando os assuntos em várias dimensões. Sua grande preocupação: dialogar com o mundo. Em 1992 aceitou a nomeação da Santa Sé como membro da Comissão Teológica Internacional por 2 quinquiénios sucessivos; foi membro da comissão da Revue Théologique de Louvain desde a sua fundação em 1970, onde publicou 22 artigoS nos quais manifesta a sua erudição teológica, filosófica e literária. Na nova Université Catholique de Louvain cruza com os homens do saber da altura, como Roger Aubert e Gérard Philips. Escreve “Dieu pour penser”.
Desde jovem cultivou o gosto pela leitura em vários domínios, desde a literatura até à ciência, da filosofia à teologia, da antropologia à psicologia e sociologia, usando o sistema de notas em assuntos a aprofundar. Pensadores e escritores como Blaise Pascal, e Paul Ricoeur, Romani Guardini e Karl Rahner, Dostoyevsky e Paul Claudel eram seus preferidos. Leitor prolixo procurava em seus autores aquilo que neles havia de positivo.
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