PORTUGAL VALADARES: JORNADAS DE PASTORAL JUVENIL

JORNADAS DE PASTORAL JUVENIL - BOA NOVA
As Emoções na Educação da Fé
Uma fé bem educada. Com maneiras. Uma fé amável. No sentido da Amabilidade que contagia. Uma fé bonita, pensada, compreendida e que se compreenda.
Este foi o objectivo de mais umas Jornadas da Pastoral Juvenil. Com o tema “As Emoções na Educação da Fé” realizadas entre 19 e 24 de Setembro no Seminário da Boa Nova em Valadares. Contaram com 105 inscrições e mais alguns participantes, catequistas, animadores, professores, entre outros agentes de pastoral juvenil.
Lidamos dia-a-dia com as emoções. Alegria, desapontamento, ternura, magoa, amor, culpa, entusiasmo, raiva, gratidão… estas são algumas das emoções diárias, motor que coloca o ser humano em acção. Nesse sentido, como gerir as emoções? Como lidar com elas de forma que sejam proveitosas na vida de cada um?
As Jornadas decorreram num ambiente cuidado e com pormenor. Trabalho de casa de equipa, exemplar. Desde o acolhimento dos participantes, aos meios audiovisuais, o jovem grupo musical alegre, competente e sempre afinado. O formador, Jacinto Jardim, doutor em Ciências da Educação, foi o principal orador. Também esta vertente levou em conta a diversidade de formação académica das dezenas de participantes. Assim a linguagem foi acessível sem se tornar “corrente”. Com rigor calculado, os conhecimentos foram sendo expostos pelo orador. Como desenvolver o músculo emocional? Como ganhar habilidade pessoal para perceber, clarificar e gerir as nossas emoções e as dos outros, de forma a facilitar a nossa vida, quer em família, quer profissionalmente, quer na catequese, no grupo de jovens? Esta formação – Inteligência Emocional, Educação Emocional, Emoções Positivas/Negativas, inserida no contexto de Igreja, ganhou um valor distintivo. No mundo em que vivemos, saber chegar às pessoas é o caminho a ponderar. Assim, a formação de quem está ligado à vasta pastoral de evangelização existente na nossa igreja passa por dotar estes crentes de competências extraordinárias que os habilite a saber como fazer esse trabalho sem vontade de desistir. E principalmente, úteis para si próprio. Parece que ganhando conhecimento esclarecido de como lidar com ferramentas próprias chamadas emoções, se encontra uma via verde para o sucesso. E esse sucesso é aquele que vem de seres humanos auto-conscientes, auto-regulados, auto-motivados. Passamos assim a chegar mais facilmente aos nossos destinatários. Prestamos um serviço mais bem educado na fé ao nosso Deus, no Irmão:

Vamos do Amor, cuja manifestação sistemática pode ser capaz de desfazer qualquer emoção menos positiva, ao Apreço e Gratidão, que destrói a sensação do medo, até à Curiosidade que é essencial para a aprendizagem. Passamos para o Entusiasmo e Paixão que nos enche por dentro, à Determinação que nos concentra nos objectivos e à Flexibilidade com o método que nos torna mais amáveis. Depois chegamos à Confiança que é meio caminho para conseguirmos a Alegria e esta é quase sempre a melhor saída para lidarmos com os imprevistos e à Vitalidade que energiza o corpo para ir mais além. Então estamos prontos a responder de forma competente ao chamamento da tarefa de evangelizar – a Contribuição. Com estas 10 emoções, presentes magníficos da vida, reconhecidas e geridas com mestria, esta torna-se mais prestável e necessariamente mais completa.
Este ambiente positivo onde se harmonizaram pessoas das mais variadas faixas etárias, foi uma experiência enriquecedora. Afinal parece que Deus se quer dar a conhecer. E isso é exigente e progressivo. É o descobrir de um mistério, um projecto. Não se quer dar a conhecer para ser reverenciado mas para ser Amado. E em nome desse Amor está sempre a inventar novas formas de nos presentear. A Criação inteira foi o começo. Mas não chegou e mandou-nos o seu Filho. Quis assim em Jesus levar à Plenitude o que tinha sonhado desde o início. Só houve Um que o conseguiu e Esse chamou-lhe ABBA. Na sua ressurreição, assumiu-nos em Deus e assim falamos do Pai de Jesus como Pai nosso. Que nos assume e nos quer como filhos. Com toda a Amabilidade, sem se impor. Não para fazer de nós escravos do bem mas para ser Amável, para nos assumir no seu Amor, na sua Convivência. Um Deus que se revela para ser Amável é afinal toda a história bíblica. Deus sonhou-nos antes de nós e por isso somos seres amados, queridos e todos os cabelos das nossas cabeças estão contados. No trabalho como Catequistas, Professores, Animadores, quanto mais educada for a nossa fé, parece que mais firme será o solo em que se vão formando os novos sonhos que vamos ganhando vontade de sonhar. E mais parece possível fazer um serviço prestável, amável e significativo dentro do projecto de Deus. Porque os seus dons, em forma de Emoções, os que cada um de nós tem, não são, nem pedidos, nem pagos. São verdadeiramente Graça e muito superiores ao que pediríamos para ter.
Para o ano vai haver mais.

Cristina Mesquita

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