IGREJA/SOCIEDADE: Parlamentos têm de respeitar «consciência» ao legislar sobre eutanásia
IGREJA/SOCIEDADE:
Parlamentos têm de respeitar «consciência» ao legislar sobre eutanásia
17 de Maio de 2016, às 10:49
Francisco aborda debate sobre eutanásia em entrevista
ao jornal católico francês «La Croix»
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Paris, 17 mai 2016
(Ecclesia) - O Papa Francisco defende em entrevista ao jornal católico francês
‘La Croix’, publicada hoje, que no debate sobre a legalização da eutanásia ou
as uniões entre pessoas do mesmo sexo os parlamentos têm de respeitar
“consciência” das pessoas.
“Quando uma lei é
adotada, o Estado tem de respeitar as consciências [das pessoas]. O direito à
objeção de consciência tem de ser reconhecido dentro de cada estrutura legal,
porque é um direito humano”, sustentou.
O pontífice argentino
sublinha que esse direito se estende aos “funcionários do Governo”.
O Papa admite que
compete aos parlamentos “discutir, argumentar, explicar” os vários assuntos,
porque é assim que “uma sociedade cresce”.
Francisco defende, no
entanto, que o Estado tem de levar em consideração “a crítica” para respeitar
verdadeiramente a “laicidade”.
A entrevista aborda em
seguida o papel dos católicos em debates sobre a legalização da eutanásia, por exemplo, criticando quem “põe
de parte” os seus argumentos por considerar que “falam como um padre”.
“Não, eles baseiam-se
no pensamento cristãos que a França tão notavelmente desenvolveu”, concluiu.
Já em setembro de
2015, na viagem de regresso dos EUA, o Papa Francisco tinha abordado a questão
da objeção de consciência ao comentar a reforma da saúde promovida pelo
presidente norte-americano Barack Obama, que poderia obrigar instituições
católicas a práticas contrárias às suas convicções sobre o aborto e o
planeamento familiar, bem como sobre os casos de funcionários que se recusaram
a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
“A objeção de
consciência é um direito. Se impedimos uma pessoa de fazer objeção de
consciência, negamos-lhe um direito”, advertiu, sublinhando que isso se aplica
também aos trabalhadores de qualquer Governo.
OC
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